Redação ENEM: “A família e a educação de crianças no Brasil”

Redação ENEM: Lei da Palmada

Tema: “A família e a educação de crianças no Brasil”

Proposta de Redação – Lei da palmada

Texto 01

“A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou nesta quarta-feira (21), após acordo entre parlamentares, a chamada Lei da Palmada, rebatizada Lei Menino Bernardo, em homenagem a Bernardo Boldrini, morto no Rio Grande do Sul com uma injeção letal – o pai, a madrasta e uma assistente social foram indiciados pelo crime em 13 de maio.

A proposta proíbe pais e responsáveis legais por crianças e adolescentes de baterem nos menores de 18 anos. Aprovada em caráter terminativo, seguirá diretamente para análise pelo Senado, sem necessidade de votação no plenário da Câmara.

O projeto prevê que os pais que agredirem fisicamente os filhos devem ser encaminhados a cursos de orientação e a tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem advertência. A matéria não especifica que tipo de advertência pode ser aplicada aos responsáveis. As crianças e os adolescentes agredidos, segundo a proposta, passam a ser encaminhados para atendimento especializado.

O texto altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para incluir trecho que estabelece que os menores de 18 anos têm o direito de serem “educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante” como formas de correção ou disciplina.”

Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/05/comissao-da-camara-aprova-lei-da-palmada-rebatizada-menino-bernardo.html

Proposta 

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “a família e a educação de crianças no Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Redação ENEM: Lei da Palmada

Os de mais idade sempre dizem que “antigamente é que era bom, havia respeito aos mais velhos e disciplina”. A vaidosa afirmação pode até ser verdade, mas o mundo mudou e há outros modos de se educar sem ser pelos castigos físicos, que, de acordo com psicólogos, podem causar transtornos mentais. Dessa forma, o Estado decidiu proibí-lo na lei, o que causou incômodo em alguns setores da sociedade, que vê, nas palmadas, uma boa ferramenta educacional, o que cabe análise das trativas e possível solução da problemática.

Russeau, famoso filósofo francês, é considerado o pai da infância porque foi um dos primeiros defensores de que a criança merecia cuidados especiais, uma vez que é nessa fase da vida que se molda grande parte da personalidade e do caráter de um ser. Ele defendia, há séculos, que os infantos não são apenas adultos pequenos e que devem ser tratados com respeito, dando-lhes espaço à criatividade e proteção contra mals tratos, caso contrário, adultos problemáticos poderiam florescer.

No Brasil, todavia, muitas famílias parecem discordar com os pedagogos e afirmações que há muito são consenso, visto que, como é fácil constatar em uma rápida navegação pelas redes sociais, grande parte da população crê ser a “falta de chineladas” a grande responsável pelas mazelas sociais que “antes não existiam”. Contudo, quando se analisa dados do IBGE, comprova-se que hoje há mais crianças frequentando a escola do que em outrora, refutando essa incauta e fantasiosa crença.

É, por conseguinte, importante que o Estado ratifique a proibição aos castigos físicos esclarecendo nas mídias de massa, por meio de verba destinada pelo Executivo com material audiovisual veiculado, as punições às quais os cidadãos incorrem ao desobedecer tão esclarecida norma. Ademais, campanhas informativas, lideradas pelo Ministério da Educação (MEC) com material audiovisual e patrocinadas pelo Executivo, sobre o quão frágil pode ser o intelecto dos infantos, deveriam ser veiculadas pelo Executivo nas mídias de massa. Assim, previnem-se e se remediam casos que poderiam ocorrer e pune os já acontecidos.

2 problemáticas:

  1. crianças são frágeis psicologicamente e fisicamente
  2. castigos físicos representam comportamentos antigos e inadequados à realidade atual

2 soluções:

  1. ratificar a proibição alertando sobre punições por força da lei
  2. veicular campanhas de esclarecimento em mídias de massa sobre os motivos da proibição

Russeau é o filósofo de maior influência sobre a educação infantil na modernidade e, por isso, é retratado como o pai da infância. O merecido adjetivo é entendido quando se verifica em sua biografia afirmações sobre como é relevante que o aprendizado lúdico, criativo e flexível seja enaltecido nessa fase da vida, na qual a razão ainda não se faz tão presente, sendo, então, a idade de maior vulnerabilidade. Essa lógica, apesar de adotada no Brasil mediante a proibição de castigos físicos, infelizmente, não é apoiada por alguns setores da sociedade e, por isso, merece análise das tratativas e possível solução da problemática.

Apesar de pedagogos do mundo inteiro, assim como Paulo Freire, concordarem com a afirmação desse famoso pensador francês, é recorrente em redes socais, grupos se expressarem a favor das chineladas, dizendo ser a falta delas o grande propulsor das variadas mazelas educacionais. Esquecem-se, todavia, que castigos físicos são um termo de grande relatividade, o que justificaria o Estado decidir coibir a odiosa prática, que, frequentimente, transformava-se em espancamento.

Ademais, há jogos, filmes, livros e vários outros meios de se ensinar alguém sobre como agir virtuosamente. Dessa forma, é lógico pensar que há preguiça por parte dos enaltecedores da violência infantil em se informarem sobre como educar um filho de acordo com os preceitos atuais. Com certeza, uma conversa e presença existencial exigem mais tempo do que um tapa, mas o retorno para a construção de caráter, sem dúvida, é maior via diálogo, conforme atestam psciólogos.

É, por conseguinte, importante que o Legislativo ratifique a proibição aos castigos físicos já em vigor, viabilizando verba ao Executivo que, por meio de campanhas em mídias de massa, alertem sobre as consequências de se insitir no repugnante comportamento, que tanto prejudica o intelecto do menor. Assim, previnem-se possíveis traumas e garante-se a punição dos que já ocorreram, corroborando para uma sociedade mais justa e plena.

2 problemáticas:

  1. há outros modos de se educar sem provocar traumas psicológicos em futuros adultos
  2. o conceito de castigo físico é relativo, podendo se transformar em espancamento

2 soluções

  1. ratificar a proibição por meio de campanhas publicitárias que alertem sobre as consequências
  2. esclarecer sobre os riscos que castigos físicos podem impor à saúde psíquica das crianças

O aparelho psíquico humano, em certa medida, não se distinque muito de um computador, pois é no início da formulação de um projeto que se definem as variáveis responsáveis por cada função, que pode ser comparada aos sentimentos humanos que se apóiam a fatos que os desencadearam pela primeira vez. Assim, é importante, inclusive segundo Russeau, filósofo considerado o pai da infância, que os infantos sejam protegidos de castigos físicos, o que cabe análise das tratativas e possível solução da problemática.

Em um rápido acesso às redes sociais é fácil constatar que grande parte da população ainda aprova as palmadas como um instrumento educacional. Contudo, é preciso lembrar que nem todos possuem o mesmo senso de limite entre uma “chinelada de leve” e um espancamento. Dessa forma, é papel do Estado coibir que a segunda situação não aconteça, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ademais, outro fator que corrobora a favor da proibição aos “tapinhas” é o fato de que essa serve de encorajamento para que práticas instrutivas mais aceitáveis e nobres sejam utilizadas na criação do infanto, como uma boa conversa e presença constante dos pais na vida do filho. Esse comportamento, com certeza exige mais tempo do que um tapa, entretanto, de acordo com o pedagogo Paulo Freire, é o que engrandece sem ferir.

É, por conseguinte, importante que o Executivo ratifique a proibição do Legislativo, por meio de campanhas publicitárias com material audiovisual, que alertem quanto às consequências legais caso haja desrespeito à integridade física da criança, de maneira a garantir sua segurança. Ademais, informativos midiáticos vinculados ao referido alerta governamental devem instruir quanto aos riscos psíquicos de se apoiar em surras para a construção do caráter do ser. Assim, punem-se exageros já acontecidos e previnem-se novos.

2 problemáticas:

  1. a criança é frágil e está em construção psicológica
  2. existem outras maneiras de se educar que assegurem a saúde psíquica dos infantos