Cultura e Mudança Social – Redação ENEM 2011 PPL

Tema: Cultura e Mudança Social

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “Cultura e mudança social”, apresentando proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I

Fundado em 21 de janeiro de 1993, o Grupo Cultural AfroReggae foi criado para transformar a realidade de jovens moradores de favelas utilizando a educação, a arte e a cultura como instrumentos de inserção social. O embrião do projeto foi o jornal AfroReggae Notícias, cuja primeira edição circulou em agosto de 1992. O informativo – distribuído gratuitamente e sem anunciantes – logo se tornou canal aberto para o debate de ideias e de problemas que afetam a vida de negros e pobres.

Desde então, o grupo Cultural AfroReggae investe no potencial de jovens favelados, levando educação, cultura e arte a territórios marcados pela violência policial e pelo narcotráfico. Ao longo de seus 18 anos, o AfroReggae vem utilizando atividades artísticas, como percussão, circo, grafite, teatro e dança para tentar diminuir os abismos queseparam negros e brancos, ricos e pobres, a favela e o asfalto, a fim de criar pontes de união entre os diferentes segmentos da sociedade.

Adaptado – Fonte: afroreggae.org.br

Texto II

Texto III

Bentinho: uma trajetória de luta

Herbert José de souza, o Bentinho, buscou a vida de uma forma intensa para si e para os outros, particularmente para os excluídos da sociedade. Seu humor e sua ironía juntavam-se a uma forte indignação diante da mínima injustiça.

Ele afirma que a democracia não é um modeloou uma estrutura acabada; é algo queconstantemente deve ser sonhado, imaginado ou recriado. A busca de ser livre, igual, diverso, solidário e participante é um princípio que deve fermentar nosso constante sonhar e imaginar como guia de intervenção cidadã.

Fonte: comitebentinho.org.br

Instruções:

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, em até 30 linhas.

3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerado “insuficiente” e receberá nota zero.

4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.

5. A redação que apresentar cópia dos trechos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

De acordo com a teoria de Durkhein, famoso sociólogo, o Fato Social, representa uma força coercitiva que age sobre o cidadão a partir do coletivo e impõe determinados comportamentos. Em vista disso, é preciso valorizar iniciativas, cada vez mais presentes, que enaltecem a cultura como forma de humanização e inclusão do indivíduo à comunidade. Todavia, apesar dos avanços, o desafio ainda é grande e pressupõe análise das tratativas e possível solução da problemática.

Apesar do crescente número de ONGs no Brasil nas últimas décadas, de acordo com o SEBRAE, ainda é bastante representativa a quantidade de entidades que fecham as portas nos primeiros 5 anos de vida, mesmo entre as que possuem um nobre objetivo comunitário. Esse triste infortúnio remete a conceitos de sustentabilidade, que necessitam de um modelo de negócios acertivo pautado na realidade econômica vigente, que não apenas veicule esperanças vazias, em que técnicas tradicionais produtivas são desvinculadas da produção, desvalorizando o produtor como indivíduo.

Ademais, o próprio Russeau, pensador cultural icônico, é apontado como hipócrita por críticos que ressaltavam o descaso desse para com os filhos enquanto teorizava acerca da infância ideal. Infelizmente, esse repulsivo comportamento tem sido observado entre muitos ativistas que se autointitulam bom caráter por estarem envolvidos em uma causa sem no entanto nunca alcançar seu objetivo, o que denota incoerência entre muitos dos envolvidos.

O Legislativo, por conseguinte, deveria reduzir a alta carga tributária, por meio de leis já estabelecidas em países desenvolvidos, com incentivos fiscais a quem investisse em projetos sociais, como forma de aumentar a possibilidade de novos entrantes no mercado cultural e de valorizar mercados que respeitem os trabalhadores mediante bons salátios. Espera-se, assim, estabelecer maior variedade de líderes comunitários a serem escolhidos pela demanda que apontaria os rumos da mudança social desejada.

Fato Social, de acordo com a teoria do famoso filósofo Emile Durkhein, representa uma força coercitiva sobre o sujeito exercida pela sociedade. Em vista disso, é preciso reconhecer os benefícios desempenhados por um projeto cultural voltado a indivíduos em situação de vulnerabilidade. Todavia, ainda são escassos os incentivos financeiros para atuar em nessa área, o que merece análise acerca das trativas e possível solução da problemática.

A Lei Rouanet estabeleceu incentivos fiscais para que empresas invistam em propostas de desenvolvimento humano. No início, ela foi bem utilizada e trouxe grande benefício aos cidadãos. Contudo, conforme visto em escândalos posteriores, que puderam ser acompanhados no Portal de Notícias G1, a causa se desvirtuou e o dinheiro foi utilizado apenas para publicidade institucional e apoio político, o que é revoltante.

Além dos problemas relacionados aos abusos por interesses exclusivamente corporativos, segundo dados do SEBRAE, infelizmente, também é significativa a falta de sustentabilidade do mercado cultural regional, pois muitos gestores de fundos comunitários, que nunca atuaram na área, se aproveitaram da complexidade licitatória necessária à utilização da verba estatal para enriquecimento ilícito. Isso evidencia a deturpação do fito e ressalta a necessidade de apoio com capital exclusivamente privado no setor.

O Legislativo, por conseguinte, deve reduzir a alta carga tributária sobre os empreendimentos, por meio de votação na câmara, de forma a viabilizar patrocínio direto em eventos culturais com o crivo unicamente do investidor, maior interessado em ver sua própria aplicação bem destinada ao público consumidor. Espera-se, assim, que o aumento da disponibilidade de recursos nessa área assegure opção de escolha à demanda, permitindo-a frequentar diversas propostas de mudança social.

De acordo com a Solidariedade Orgânica teorizada por Emile Durkhein, indivíduos de variadas crenças e profissões se unem de forma indireta em um complexo relacional para se apoiarem mutuamente e assim desenvolver a sociedade. Talvez essa tese explique a importância da cultura como modificador social. Todavia, sendo essa uma palavra ampla, é preciso ser cuidadoso contra quem a utiliza em prol da corrupção, atitude repulsiva que cabe análise das tratativas e possível solução da problemática.

É significativo destacar a lei Rouanet, que exime de impostos instituições por apoio a projetos de cunho educativo. Se no princípio essa intervenção estatal funcionava bem como fomentador cultural, logo começou a ser utilizada meramente como troca de apoio político, conforme atestam escândalos que puderam ser acompanhados no Portal de Notícias G1. Atitude revoltante que foi repudiada pela comunidade lesada de maneira exemplar.

Ademais, é um absurdo remover da demanda a liderança no poder de escolha, conforme defendia Thomas Hobbes, pois é o público quem deve apontar qual artista ou evento merece o maior aporte financeiro e não um agente estatal, o que, de maneira óbvia, se deturpa rapidamente em casos de desvio de verba, como realmente tem acontecido. Interferências indevidas por parte do governo, usualmente, lideram um cambiamento comum artificial e não duradouro, destoando dos acontecimentos culturais que seriam protagonizados organicamente pelo coletivo.

As prefeituras, por conseguinte, devem construir mais praças e parques públicos, por meio do orçamento cabível disponibilizado pelas câmaras municipais, com estudos prévios para atuação nas áreas onde há maior vulnerabilidade humana. Espera-se, assim, que haja maior sustentabilidade nas propostas agora realmente populares que surgiriam nesses novos espaços a serem ocupados de maneira criativa pela população.