Cibercondria, a Doença da Era Digital: Redação

Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “ A cibercondria em questão no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Cibercondria (ou síndrome da pesquisa na internet) Em 2001, a BBC reportou que os médicos estavam a lidar com uma nova condição chamada cibercondria ou “síndrome da pesquisa na internet”. Esta notícia descrevia a forma como os pacientes com cibercondria consultavam os seus sintomas online e posteriormente abordavam o seu médico com uma ideia pré-determinada sobre a sua condição (ou sobre a condição que pensavam sofrer).

O médico de clínica geral Dr. Trefor Roscoe nessa altura, previu corretamente que a cibercondria se ia tornar mais comum à medida que a utilização da internet aumentava.

Em 2008, um estudo de Ryen White e Eric Horvitz publicado no Journal da Association for Computing Machinery’s Transactions on Information Systems (ou TOIS), referiu-se à cibercondria como: “O aumento infundado da preocupação sobre a sintomatologia, baseada na revisão dos resultados de pesquisa e literatura na Web.”

Numa publicação posterior apresentada na AMIA Simpósio Anual em 2009, os autores disseram que as pessoas que procuram sintomas comuns podem ser confrontadas com conteúdo sobre doenças graves que causam alarme, não sendo este conteúdo fornecido com informação suficiente sobre a hipótese destas doenças graves estarem presentes ou a possibilidade dos sintomas terem uma causa benigna.

Alguns dos resultados da sua investigação, com mais de 500 participantes foram:

O aumento das preocupações sobre saúde baseadas em pesquisas na internet ocorreu frequentemente (definido nas respostas “sempre” ou “muito frequentemente) em aproximadamente 1 em 5 pessoas;

As interações com base na Web aumentaram a ansiedade relativamente à sua saúde em duas em cada cinco pessoas;

As interações com base na Web reduziram a ansiedade sobre a saúde em metade das pessoas.

Os investigadores mencionaram que outros fatores, tal como a propensão para a ansiedade e os seus níveis de ansiedade em geral podem contribuir para isto.

Na sua introdução, indicaram que estudos anteriores demonstraram que:

80% dos adultos americanos procurou informação sobre saúde online,

Mas 75% não verificou se a informação era válida e precisa, como por exemplo verificar a fonte.

Fonte: https://pt.treated.com/blog/o-que-e-acibercondria#:~:text=Em%202001%2C%20a%20BBC%20reportou,s%C3%ADndrome%20da%20pesqui sa%20na%20internet%E2%80%9D.

TEXTO II

PSIQUIATRIA – 30/10/2017

Hipocondria digital

Hospital Santa Mônica A cibercondria é um novo termo relacionado com a hipocondria, essa “afecção caracterizada por uma grande sensibilidade do sistema nervoso com tristeza habitual e preocupação constante e angustiante pela saúde“. Desta forma, a nova patologia afeta aqueles que também ficam obcecados com seu estado de saúde e consultam através da internet o que poderia estar afetando-os, fato que deriva em uma obsessão doentia. Para saber mais a respeito disso, neste artigo de umComo.com.br explicamos a você o que é a cibercondria.

O que entendemos por cibercondria

A cibercondria afeta aquelas pessoas que de forma compulsiva consultam através da internet os sintomas de diferentes afecções e patologias que acreditam estar sofrendo e, ao se deixarem influenciar pelo que leem, têm certeza de ter alguma dessas doenças. Trata-se de algo similar à hipocondria, “afecção caracterizada por uma grande sensibilidade do sistema nervoso, com tristeza habitual e preocupação constante e angustiante pela saúde”, mas com a internet como fonte de informação e consulta.

O que implica a cibercondria

Os afetados pela cibercondria costumam autodiagnosticar-se, por causa da fé cega na internet, e costumam recorrer também à automedicação baseando-se naquilo que leram em suas telas. Este fato pode ter graves consequências e efeitos adversos, já que todo diagnóstico deve ser feito por um médico, bem como a supervisão de qualquer tratamento.

Como pode ser prevenida

Ainda que a internet seja uma boa fonte de informação, muito útil para outras questões, e que existam sites com informação confiável a respeito da saúde, é muito importante não usála como solução para tudo. É necessário ter consciência de que a saúde é algo com que não se deve brincar e que são os especialistas médicos que nos devem examinar e diagnosticar as doenças.

Desta forma, deve-se educar os menores a este respeito e conscientizar todos ao nosso redor quanto a este assunto, não acreditar plenamente em tudo o que lemos na internet e procurar nosso médico.

Fonte: https://hospitalsantamonica.com.br/hipocondria-digital/

Mr. Bean é um personagem da comédia inglesa caracterizado como hipocondríaco, condição psicológica em que o paciente acha que está doente por apresentar sintomas apenas existentes em sua mente. O quadro pode ser engraçado na televisão, mas na vida real apresenta transtornos tanto à vida do paciente quanto a dos bons médicos, que agora também sofrem com a cibercondria, situação parecida, porém estimulada, ainda mais, pela internet, o que leva à analise das tratativas e possível solução da problemática.

Nesse sentido, é importante ressaltar que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), essa nova mazela é ainda pior do que a primeira, pois ela pode ser reforçada com novas falsas informaçãoes sempre que o paciente desejar. Basta uma busca online para, infelizmente, verificar diversos sites que visam, apenas, a remuneração com publicidades, fator que reforça o tortuoso ciclo do enfermo e que deve ser combatido.

Ademais, ainda existem alguns mals profissionais da saúde que se aproveitam de o fato gerar uma demanda inflada em seu consultório para ganhar dinheiro sobre os falsos doentes, lastimável atitude que pode resultar, inclusive, na morte desses, que acabam consumindo medicamentos sem necessidade. O Ministério da Saúde repudia a atitude que leva má fama a servidores sérios, contudo ressalta ser difícil atuar contra a barbaridade sem a ajuda de outros órgãos competentes.

É, por conseguinte, importante que empresas como Google e Facebook, mediante bloqueio de blogs em seus sistemas de publicidade automatizadas, ratifiquem a não participação de propagandas em canais que veiculem diagnósticos sem a presença de um médico, o que evitaria pseudodiagnósticos. Outrossim, o Legislativo, por meio de votação na câmara com ampla maioria, deveria aumentar as penas para indivíduos que receitassem remédios de maneira errônea propositalmente, o que propiciaria maior segurança aos que apresentam o triste transtorno. Assim, combate-se a cibercondria com a retaliação dos envolvidos no reforço negativo à doença.