Redação ENEM: O valor da educação nas transformações sociais do Brasil

Redação ENEM: Tema, Educação e Sociedade

Tema: O valor da educação nas transformações sociais do Brasil

Redação ENEM: Tema, Educação e Sociedade

Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O valor da educação nas transformações sociais do Brasil, apresentando proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

O cão e a árvore também são inacabados, mas o homem se sabe inacabado e por isso se educa. Não haveria educação se o homem fosse um ser acabado. O homem pergunta-se: quem sou? de onde venho? onde posso estar? O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta autorreflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca. Eis aqui a raiz da educação. A educação é uma resposta da finitude da infinitude.

A educação é possível para o homem, porque este é inacabado e sabe-se inacabado. Isto leva-o à sua perfeição. A educação, portanto, implica uma busca realizada por um sujeito que é o homem. O homem deve ser o sujeito de sua própria educação. Não pode ser o objeto dela. Por isso, ninguém educa ninguém. Sem dúvida, ninguém pode buscar na exclusividade, individualmente. Esta busca solitária poderia traduzir-se em um ter mais, que é uma forma de ser menos. Essa busca deve ser feita com outros seres que também procuram ser mais e em comunhão com outras “consciências”. Jaspers disse: “Eu sou na medida em que os outros também são”.

Freire, P. Educação e mudança. 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p.14 (adaptado).

TEXTO II

A presidente Dilma Rousseff divulgou, em seu discurso de posse, o novo lema de seu governo: “Brasil, Pátria Educadora”. Ela explicou que a educação será a “prioridade das prioridades” no segundo mandato que começa nesta quinta-feira, 1º. “Só a educação liberta um povo e abre as portas de um futuro próspero”, afirmou.

Ela anunciou que a área de educação começará a receber volumes mais expressivos de recursos e que o governo continuará expandindo o acesso a creches e pré-escolas, uma promessa de campanha e também do primeiro mandato.

Sobre o ensino técnico, Dilma afirmou que vai dar especial atenção ao Pronatec Jovem Aprendiz. Dilma anuncia o novo lema: Brasil, Pátria Educadora.

Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/dilma-anuncia-o-novo-lema-brasil-patria-educadora. Acesso em 5 janeiro 2015 (trecho).

TEXTO III

A história da sociedade é marcada, ao longo do seu desenvolvimento, pela busca da efetivação da educação para uma sociedade harmônica. E, apesar das transformações sociais e da escola, sabemos que muito ainda temos a conquistar. De certa forma, o ensino tradicional ainda prevalece na maioria das escolas, busca-se uma educação para a vida democrática onde o homem seja capaz de criar e transformar o seu mundo em prol da humanidade.

Em um mundo de constantes mudanças, nem os conhecimentos acumulados, nem a conduta “correta” são tão importantes quanto a capacidade crescente do estudante de identificar os problemas existenciais e de pesquisar soluções originais e criativas. Tomando a educação como condição necessária para mudança social, deve ser construída para o processo de democratização das relações de poder na sociedade, como também pode comportar, ao mesmo tempo, conservação e inovação, podendo funcionar como instrumento para mudanças.

A escola deve servir como instrumento de conscientização do cidadão, extrapolando, assim, sua função de mera transmissora de conhecimento e lançando-se numa ação social diretamente relacionada à formação do senso crítico, direcionada para a intervenção e mudança da realidade social. Porto, Vera S. P. A educação tem uma função de mudança social.

Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-educacao-tem-uma-funcao-de-mudanca-social/81431/. Acesso em 5 jan 2015 (adaptado)

Textos para análise

Tema: O valor da educação nas transformações sociais do Brasil

A Campanha da Fraternidade, movimento realizado pela Igreja Católica desde 1962, busca trazer à tona, anualmente, temas que precisam ser debatidos e refletidos. O tema de 2015, “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, tem como discussão a importância da escola nas mudanças de que o mundo precisa. Tal destaque dado pela campanha evidencia a necessidade de integrar a educação nessas transformações, relação que, apesar de fundamental, não é tão expressiva na atualidade.

Em primeiro lugar, é preciso entender o real valor das instituições de ensino e como elas podem ajudar a resolver problemas do nosso tempo. Em um contexto de desigualdade, discriminação e crescimento da violência, começar mudanças pela escola não é só importante, mas essencial. Paulo Freire, importante educador e filósofo, já confirmou essa relevância quando afirmou que sem a educação a sociedade não muda. Entretanto, é fácil perceber que essa importância não é tão reconhecida e essa função da instituição é deixada de lado no nosso país.

Apesar de apontado como crucial por Freire, tal papel do ensino não é prioridade hoje. A era dos concursos, dos vestibulares, da valorização do ensino superior chegou às escolas, e tudo o que é dado em sala tem apenas um objetivo: a aprovação. Campanhas de arrecadação de alimentos, visitas a instituições e discussões focadas em direitos humanos não estão mais na agenda das aulas. Se não há incentivo a essas atividades, não há por que entender o valor do meio nas transformações sociais. As mudanças, então, não devem começar só pelas causas, mas também pela própria necessidade de se entender essa importância.

Fica claro, portanto, que, apesar de crucial, o papel transformador da educação não tem sido aproveitado no Brasil, sendo necessário não só entender essa relevância, mas também encontrar nas instituições ferramentas para essas ações. Nesse sentido, o Governo e a mídia podem trabalhar difundindo valores. Campanhas cobrando essa ação por parte da escola precisam ser divulgadas, evidenciadas nos meios de comunicação. Além disso, ONGs e a própria família, em conjunto, devem exigir o retorno de trabalhos sociais, de forma que, pouco a pouco, a frase de Paulo Freire realmente faça sentido e a Campanha da Fraternidade saia do cartaz, da própria Igreja e alcance todo o mundo.

Tema: Os desafios da educação universitária no Brasil

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A saída de um impasse

Nos últimos anos, o ensino superior passou por uma série de mudanças intensas, não só nos seus meios de acesso – com o Enem, o Fies, o Prouni, as cotas sociais e raciais -, mas também na sua estrutura, com o aumento e diversificação do público, o crescimento de unidades, a proliferação das instituições particulares e a formação de novos cursos. Alguns problemas, porém, continuam crescendo e criando obstáculos no desenvolvimento de novas vantagens. Cabe, então, analisá-los, buscar resolvê-los e fazer da universidade pública brasileira uma referência mundial.

Em primeiro lugar, pode-se dizer que o horizonte do ensino superior brasileiro é indefinido, uma vez que o seu próprio presente não parece ter uma clara descrição. De um lado, há uma concepção clássica, criada na Idade Média e cultivada ao longo de toda a Moderna, para a qual o meio universitário é o lugar da excelência do conhecimento, centralizando a busca da verdade e aprimorando a vida intelectual. De outro, movida por razões fundamentalmente econômicas, há aquela que vê a universidade como um espaço em que o estudante obtém um diploma para o mercado. Do seu ponto de vista, a visão tradicional é elitista, por reservar a universidade a poucos. Uma vez que o mercado de trabalho exige, hoje, o certificado, a academia deve ser um ambiente amplamente democratizado, aberto à ascensão profissional e social de todos.

Entretanto, apesar de, a princípio, as duas definições parecerem constituir um paradoxo, a universidade pode sim ser simultaneamente espaço de produção de conhecimento e realizar uma função pragmática de formar pessoas para o comércio. O problema é que, no mundo concreto e real, no momento de gerir uma universidade, por exemplo, diante da escassez de recursos, o reitor terá de optar entre dar mais recursos para as pesquisas de física teórica ou aumentar o número de vagas no curso de engenharia; para financiar a criação de uma revista referência em filosofia analítica ou criar uma rádio da universidade, garantindo um estágio para os alunos de comunicação social. Conciliar as duas concepções, então, parece o grande desafio do ensino superior.

Torna-se evidente, então, que o grande obstáculo da universidade brasileira, hoje, está na sua própria definição, que parece impedir o seu desenvolvimento. Uma solução bastante prática e eficiente é a de operar uma cisão clara entre essas duas visões de instituição. Seria ótimo para o Brasil, assim como foi na Alemanha, adotar tal modelo, uma vez que, superando o impasse do atual sistema, cada curso poderia seguir a sua vocação particular de maneira livre. O Poder Público e as empresas poderiam, dessa forma, investir nas duas modalidades de ensino, garantindo aos futuros alunos boas opções. Só assim, resolvendo esse conflito e encontrando um caminho melhor, será possível perceber, de fato, um futuro na universidade brasileira.

É comum vermos políticos e ativistas defendendo a educação como um meio para se alcançar melhores condições de vida no Brasil. Todavia, quando se entra em uma escola, seja em privadas ou públicas, e se verifica a realidade da sala de aula, onde acontecem bagunças intermináveis, constata-se, rapidamente, que a questão pedagógica como propulsora de desenvolvimento não é assim tão simples de ser colocada em prática.

Nesse viés, é, preciso, primeiro, definir o que seria uma boa instrução escolar. Na Grégia Antiga, discípulos de Aristóteles eram chamados de Peripatéticos, ou, em português, aqueles que passeiam. Tal nomenclatura representava uma vigência estudantil em que os discentes interagiam com o mundo circundante e não eram enclausurados entre quatro paredes como atualmente se presencia no país. Todavia, instituições de ensino modernas são inspiradas no modelo industrial, onde passivos são moldados, ceifando uma verdadeira possiblidade de melhoria comunitária.

Outro tópico importante de se ressaltar é o distanciamento do pupilo em relação ao mercado de trabalho, para o qual, teoricamente, o educandário deveria pepará-lo. Entretanto, verifica-se um distanciamento das academias em relação aos ofícios, ratificada em muitos discursos políticos em repreensão à ganância do empreendedor, sempre culpado dos próprios atos e de terceiros, o que, de modo absurdo, ratificaria a necessidade de se proteger crianças de um mal voraz, prevenindo-as fazer parte de uma mudança geral positiva.

É, por conseguinte, importante que o Ministério da Educação (MEC) imponha uma grade curricular mais técnica e viabilize maior interação entre aprendizes e empresas por meio de visitas regulares desses às instituições, de forma a tornar mais claro o objetivo escolar, reduzindo, assim, a indisciplina. Ademais, cursos de capacitação tecnológica deveriam ser ministrados aos professores por meio de plataformas online com material audiovisual, viabilizando maior contextualização à realidade dos pupilos em classe. Dessa maneira, tem-se a construção de uma sociedade transformadora, realmente atuante na vida dos futuros alunos.

É comum em discursos políticos acalorados, que enchem de vida o peito dos mais incautos, a defesa pela educação nacional, sem definir problemas ou soluções. Todavia, ao entrar em uma sala de aula, seja em organizações privadas ou públicas, logo se constata, devido à interminável insdisciplina vigente por parte dos estudantes, a complexidade da questão.

Se, na Grégia Antiga, os discípulos de Aristóteles eram chamados de Peripatéticos, ou, em português, “aqueles que passeiam”, em referência ao modo como o aprendizado acontecia em constante contato com o mundo circundante. Atualmente, entretando, os alunos são educados entre quatro paredes em um modelo inspirado na produção industrial, onde passivos são modelados, o que é absurdo e previne um real desenvolvimento comunitário no país, já que não há uma constante interação do discente com o mundo circundante.

Outro fator que colabora para a ineficiência educacional é o distanciamento das instituições de ensino em relação ao mercado, para o qual, teoricamente, os educandários estariam preparando os pupilos. Tal comportamento é prejudicial porque não permite uma visão do todo por parte do aprendiz, que acaba se desinteressando do ambiente escolar e investindo seu tempo em bagunças paralelas, que prejudicam as aulas e ceifam o potencial revolucionário de uma boa instrução.

É, por conseguinte, importante que o MEC disponibilize capacitação tecnológica aos professores como forma de possibiliar uma aproximação destes à realidade estudantil e insira matérias técnicas na grade curricular por meio de notificação oficial com materiais didáticos audiovisuais, de maneira a possibilitar um entendimento dos objetivos envolvidos no curto prazo e contribuir para o maior interesse dos envolvidos. Assim, tem-se uma didática envolvente e realmente transformadora da sociedade brasileira.

É perceptível que partidos políticos se utilizem do tema educacional para fazer propaganda, alcançando o coração dos mais incautos, sem pontuar problemas ou definir soluções. Todavia, quando se entra em uma sala de aula, logo se percebe, devido à interminável indisciplina por parte dos estudantes, a complexidade da questão, que inibe uma real transformação social no Brasil.

Na Grégia Antiga, discípulos de Aristóteles eram chamados de Peripatéticos, ou “aqueles que passeiam”, em referência ao modo pelo qual eram educados, sempre em constante contato com o mundo circundante. De maneira infeliz, atualmente, os pupilos são tratados com indiferença em educandários que os moldam de acordo com uma visam industrial, sem interatividade, onde uma matéria-prima passiva deve ser finalizada, ceifando o potencial revolucionário de uma instrução criativa.

Outro fator que corrobora para o desinteresse dos futuros adultos é a falta de metas perceptíveis no curto prazo, pois não há interação das instituições de ensino com o mercado de trabalho, para o qual essas, teoricamente, deveriam prepará-los. Essa lamentável situação, é agravada pela falta do ensinamento de ofícios, fazendo com que a didática não transmita sentido imediado de causa e consequência que motivariam o discente a enxergar um caimho para melhores condições de vida.

É, por conseguinte, importante que as academias convidem empresários para palestrar e incentive a contratação de adolescentes de acordo com faixa etária permitida por lei, propiciando-o uma vivência transformadora. Ademais, o MEC deveria incluir matérias técnicas na grade curricular, de forma a aumentar a percepção de valor imediato das aulas por parte dos aprendizes. Assim, tem-se jovens mais aptos à futura autonomia que lhes será demandada para a vida em sociedade no país.

Peripatéticos, ou aqueles que passeiam, é a palavra que designava os discípulos de Aristóteles, que aprendiam em constante contato com o mundo circundante. Todavia, atualmente, apesar da valorização da educação pelo Executivo para as transformações sociais do Brasil, estas, infelizmente, ainda não têm sido tão recorrentes. Assim, cabe análise das tratativas e possível solução da problemática.

Nesse viés, é significativo ressaltar a Constituição Cidadã, de 1988, na qual o direito de frequentar a escola, visando uma transformação social, é assegurado a todos. Contudo, apesar da conquista social de ter a maior parte das crianças em sala de aula hoje em dia, segundo dados do próprio Governo, mais de 50% não sabem matemática ou interpretação de texto, o que, em um país que afirma respeitar os direitos humanos, é um absurdo.

Ademais, de acordo com Paulo Freire, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar o opressor. Dessa maneira, talvez essa reflexão explique porque os mestres não são tão respeitados pelos discentes, que não veem, na academia, uma possibilidade de melhoria de vida. Essa constatação é muito triste e merece todo o amparo do Estado para ser modificada no intuito de fazer a comunidade prosperar mediante o aprendizado acadêmico.

O Ministério da Educação (MEC), por conseguinte, deve padronizar as aulas de matemática e interpretação de texto, por meio de material audiovisual com possibilidade de acesso nacional na web, para que haja uma maior taxa de aprendizado dessas disciplínas de maneira homogeneizada. Assim, tem-se uma academia que realmente funcione como vetor de transformações sociais no Brasil.

Segundo Paulo Freire, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar o opressor. Dessa maneira, talvez essa frase explique porque, ao constatar que a academia não provê uma real chance de transformação social, o aluno deixe de valorizar a educação e adote um comportamento indisciplinado em sala de aula. Assim, cabe análise das tratativas e possível solução da problemática.

Nesse viés, é significativo ressaltar que a Constituição Cidadã, de 1988, visa assegurar uma educação realmente transformadora a todos. Todavia, no documento não é explicitado como. Em vista disso, ainda há uma busca por um modelo que atinja, de modo efetivo, o que é proposto na teoria, pois, infelizmente, a estratégia vigente de ensino, que não dialoga com o mercado de trabalho, não está funcionando.

Ademais, quando se compara a realidade atual dos discentes com a dos discípulos de Aristóteles, ou aqueles que passeiam, fica evidente que o aprendizado moderno, infelizmente, é baseado na Revolução Industrial, em que matérias-primas são moldadas sem a permissão criativa individual, o que contribui para o desinteresse do aprendiz, que não se vê como protagonista do processo. Dessa forma, para se alcançar a transformação social no Brasil mediante os educandários, é importante que se propicie o interesse dos petizes pelo sistema.

O Ministério da Educação (MEC), por conseguinte, deve viabilizar o estágio dos pupilos em empresas privadas, por meio da bonificação fiscal às instituições que aderirem ao plano, com a votação do Senado para aprovação da proposta, para que haja real possibilidade de transformação social no país por intermédio da educação. Espera-se, assim, que mais crianças e adolescentes vislumbrem uma possibilidade de melhoria de vida no curto prazo e se sintam interessadas pelo colégio.