Colchicina para Tratamento de COVID

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA-UNEC
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA – FUNEC
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS E SAÚDE – INCISA CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA

Este post é baseado no trabalho sobre a Colchicina para o tratamento de COVID

Grupo:
Diego Guzella Pinto Lopes
Mateus da Silva Patrocínio Júnior
Mariosan Fernandes Dias
Alexia

Antecedentes ou justificativas para testar Colchicina

Como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) como o Ibuprofeno levantaram suspeitas de agravar o quadro de infecção viral por elevarem a produção de ECA2 no sistema renina-angiotensina-aldosterona, exatamente a enzima utilizada como porta de entrada na célula pela COVID 2, aventou-se a ideia de recorrer a outros medicamentes que também atuassem como anti-inflamatórios, porém por outras vias, como a colchicina, que possui tal efeito por meio do desmembramento de microtúbulos nos leucócitos granulares, especialmente sob o neutrófilo, que atraem os demais leucócitos.

Também é importante destacar a piora da COVID percebida nos indivíduos que controlavam a hipertensão fazendo uso dos medicamentos de primeira linha contra esta mazela, os chamados iECA, que, ao agirem reduzindo a ECA, acabam por resultar em um aumento das ECA 2.

Sistena renina-angiotensina-aldosterona como é ensinado:

Como o sistema renina-angiotensina-aldosterona realmente é:

Estrutura química

Ação medicamentosa da Colchicina

A Colchicina age no organismo prevenindo o crescimento dos microtúbulos, impedindo que mais capas GTP sejam adicionadas às beta tubulinas, provocando a desmontagem desses, fato conhecido como catástrofe. Contudo, se isso acontecesse com todas as células do organismo, morreríamos, pois dependemos da mitose constante para sobreviver. Por isso, é importante frisar que a Colchicina age, majoritariamente, nos leucócitos granulares, mais precisamente nos neutrófilos, eosinófilos e basófilos, o que é de interesse no tratamento contra a COVID, que possui uma fase inflamatória, quando o sistema de defesa do organismo emite respostas exageradas que acabam prejudicando o próprio organismo e provocando tromboses, resultando em piora do quadro de saúde do paciente.

A colchicina, assim como o Taxol, também é um medicamento anti-microtúbulos, inviabilizando a mitose, contudo mediante o impedimento da saída da capa de GDP dos microtúbulos (inibindo a despolimerização), fazendo com que eles cresçam até acabar a matéria-prima, sendo, por isso, mais indicado para tratamentos contra o câncer, em que as células que, usulamente, precisam de mitose exageradamente, são as cacerosas, fazendo com que haja um selecionamento celular.

Desse modo, as células que possuem sua mitose reduzida (granulócitos), estão listadas a seguir e comparadas à morfologia dos agranulócitos, também pertencentes ao grupo dos leucócitos.

Foi muito difícil conseguir informações audiovisuais em português sobre o funcionamento da Colchicina, especialmente acerca do funcionamento do medicamento com seletividade sobre o leucócitos granulócitos. Desse modo, detacamos alguns conteúdos em inglês sobre o tema.

Doenças usualmente tratadas com colchicina

Usualmente, a colchicina é utilizada para tratamento contra Gota (acúmulo de ácido úrico nas articulações) e para prevenir o depósito de tecido fibroso em inflamações crônicas.

Doenças respiratórias que também utilizam a Colchicina

Conforme mencionado anteriormente, a Colchicina é recomendada para qualquer doença que resulte em uma respsota exacerbada do sistema imune do organismo, resultando em dados ao próprio indivíduo. Sendo assim, podemos citar a produção de tecido fibroso no pulmão e demais vias respiratórios devido a uma inflamção crônica e outrs agravamentos inflamatórios resultates da gripe, como a pericardite, causadora de danos nessa parte do coração, passível de causar derrame do pericárdio, fazendo com que um líquido se deposite entre o pericárdio visceral e o parietal.

Colchicina para o tratamento de lesão e inflamação antes de ICP

O estudo a seguir foi feito em 16 de Abril de 2020 acerca dos efeitos de lesão vascular e inflamação após a intervenção coronária percutânea (ICP), que estão associadas ao aumento do risco de resultados adversos pós-ICP. A colchicina diminui o recrutamento de neutrófilos para os locais de lesão vascular. Os efeitos anti-inflamatórios da administração aguda de colchicina antes da ICP na lesão miocárdica subsequente eram desconhecidos.

https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCINTERVENTIONS.119.008717

Colchicina p/ Tratamento de Pericardite Decorrente

As pericardites virais podem ser ocasionadas por diversos agentes virais. O diagnóstico é estabelecido através de pesquisa viral no tecido epimiocárdico, pericárdico e no líquido pericárdico. Contudo, não vale a pena fazer o diagnóstico certeiro por que este incorre em riscos. Assim, faz-se a verificação somente se os medicamentos não foram o suficiente para resultar em melhora.

Dessa maneira, a pericardite pode ser causada pela COVID. Assim, é recomendável as aulas a seguir para saber mais sobre a doença, diagnóstico e tratamento com colchicina aliada a outros medicamentos, com o Ibuprofeno.

Diretriz brasileira de miocardites e pericardites

A diretriz brasileira de miocardites e pericardites recomenda a Colchicina (de um a 3 meses) para evitar a recorrência da doença, bem como o uso, por duas semanas de Ibuprofeno por duas semanas. Caso o problema persista, o tempo de tratamento pode ser estendido e aliado a corticoides: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2013002400001

Outros medicamentos já testados contra COVID

Os medicamentos abaixo são alguns dos já testados contra COVID, além da Colchicina.

1) Dexametasona e outros Corticoides
2) Anticorpos monoclonais
3) Hidroxicloroquina e cloroquina
4) Azitromicina e combinações
5) Remdesivir
6) Heparina
7) Plasma sanguíneo
8) Lopinavir + ritonavir em conjunto com Interferon beta-1b + ribavirin
9) Proxalutamida
10) Vitaminas D e C e suplementação com Zinco

A maior pesquisa da Colchicina para tratar COVID

A maior pesquisa, quantitativa e qualitativamente, feita sobre Colchicina para o tratamento de COVID foi realizada pela Universidade de Montreal-CA, que contou com 4488 pacientes de 35 países, supostamente contando com os resultados a seguir:

Como a Colchicina é uma droga cuja patente já expirou há algumas décadas, não era do interesse de laboratórios, cujo foco é o lançamento de novos medicamentos. Assim, outras entidades beneficentes e empresas viabilizaram o estudo, no intuito de fazer caridade ou obter retorno publicitário:

Vídeo sobre o estudo a seguir, positivando-o antes da verificação por pares.

Questionamentos sobre a pesquisa de Montreal com Colchicina contra COVID, que foi publicitada antes da verificação por pares

A metolodologia utilizada foi hipotética experimental, com grande potencial qualitativo. Porém, como a mortalidade da COVID é em torno de 0,5%, algumas porcentagens foram super valorizadas e a publicidade do tratamento ocorreu antes da verificação por pares, colocando em dúvida a real eficácia do medicamento.

Considerações finais sobre o tratamento de COVID com Colchicina

Como o maior risco da Colchicina é apenas uma diarreia com o uso prolonga e que, usualmente, cessa ao parar o uso, e o medicamento tem, sim, apresentado resultados muito bons no tratamento de pericardite, um dos efeitos colaterais da COVID, e uma porcentagem significativa na diminuição de internações, recomendamos o uso no tratamento, sem, contudo, refutar os demais medicamentos, visto que a pesquisa em questão, baseada na metologia hipotética experimental, não visa negar a eficácia de outras substâncias.

Bibliografia

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  • ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCINTERVENTIONS.119.008717
  • youtube.com/watch?v=BXkXDf_jGWg
  • youtube.com/watch?v=mQQuDhKqlPw
  • youtube.com/watch?v=g3OUmSBO_Fo
  • scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2013002400001
  • youtube.com/watch?v=WMm0Q-srmpU
  • youtube.com/watch?v=W2-EE6Nu0vU