A Batalha do Jenipapo, no Piauí
Ancelmo Gois, no programa “De Lá para Cá”, fala tudo sobre a história da Batalha do Jenipapo, essa guerra da independência do Brasil, infelizmente, tão esquecida pelos livros de historia brasileira, que, geralmente, retratam o Grito do Ipiranga, no qual Dom Pedro I teria gritado “independência ou morte”, como o principal quadro desta fase da história do Brasil. No entanto, é sabido que a imagem do antigo imperador brasileiro urrando a favor de uma revolução montado num cavalo branco é fantasiosa e, na verdade, encomendada 60 anos mais tarde, a Pedro Américo, famoso pintor da época, quando era interesse incitar sentimentos nacionalistas no povo Brasileiro pela combalida monarquia, pouco antes de sofrer um golpe no qual a repúplica seria instaurada.
Ao gritar “independência ou morte”, Dom Pedro primeiro não estava brincando, contudo, a morte não seria a dele e sim de humildes camponeses que lutavam a favor de mais liberdade e que, por acaso, o tinham como seu chefe de governo. Como a independência do Brasil já era realidade no centro-sul, o sangue a ser derramado seria de camponeses do norte e nordeste, região onde as Cortes Constituintes investiram para manter como colônia, mas que a recém nascida nação iria defender a ferro e fogo.
Batalha do Jenipapo em Campo Maior
O jenipapo é o fruto de uma árvore que chega a 20 metros de altura, pode ser encontrado na região amazônica e na mata atlântica, principalmete próximo aos rios. É este fruto que deu nome ao rio sob o qual, às margens, a batalha pela independência brasileira aconteceu. Todavia, hoje o lugar pertence à cidade de Campo Maior, no Piauí.
A verdadeira história da independência do Brasil
História do Piauí: a Batalha de Jenipapo
Laurentino Gomes, escritor dos livros 1808, sobre a vinda da família real portuguesa ao Brasil e 1822, sobre a independência, desmente a tese de que a independência do Brasil teria sido um processo pacífico negociado entre Dom Pedro primeiro e seu pai Dom João VI, pois ela foi, na verdade, uma afirmação corajosa de um povo, construtor de um projeto de nação, e se deu por um longo processo, árduo, trabalhoso e sangrento. O escritor estima que, no total, tenham morrido algo em torno de 5 mil pessoas em lutas pela independência do Brasil, pois, apesar da independência ter sido proclamada no dia 7 de setembro de 1822, a adesão foi apenas no centro-sul do país, em áreas como norte e nordeste o processo ocorreu com batalhas.
A Maçonaria e a Independência do Brasil
A maçonaria é uma sociedade discreta. Seus membros cultivam princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual. A maçonaria na independência do Brasil foi de grande importância, com destaque ao grupo de Piauí, que contava com o juíz João Cândido e o Coronel Simplício, que era um dos homens mais ricos do Brasil: tinha 1200 escravos (contrariando os princípios da maçonaria), abatia 40 mil bois por ano, tinha uma frota de 5 navios particulares que distribuíam carne na Europa e nos EUA. Essas duas figuras aderem às lutas pela independência do Brasil, e impelem o então nomeado Governador das Armas pelas Cortes Constituintes, Major Fidié, a sair de Oeras, sede do governo português, para Parnaíba, numa marcha de 660 km de sertão num sol escaldante com um plano estratégico feito às pressas.
Desfecho da Revolta do Jenipapo
Entretanto, com o major Fidié, representante da resistência portuguesa, fora da cidade de Oeiras, no dia 24 de janeiro de 1823, Manuel de Souza Martis, então governador do Piauí, adere à independência brasileira e assume a presidência da Junta do Governo de Piauí. Daí, o major Fidié se vê obrigado a retornar mais 660 km, em pleno sol escaldante do sertão, para retomar a ordem em Oeras. Todavia, um grupo de cearenses, conhecedores da situação, se infiltra no sertão de Piauí, encontram os moradores da cidade de Campo Maior, que era um município importante do centro do estado, e os convencem a barrar a marcha do Fidié de volta a Oeras.
Nesta corajosa decisão de resistência, 200 a 400 pessoas praticamente desarmadas e sem treinamento foram mortas pelo grupo do Major Fidié, fato que ficou conhecido como a Revolta de Jenipapo, ou, Batalha de Jenipapo. Porém, apesar de vitorioso, Fidié chegou à conclusão de que não havia sentido em continuar tentando manter o poder a favor das Cortes Constituintes, pois viu que a obstinação dos brasileiros pela independência era enorme e não iria parar. Além disso, toda sua bagagem e munição foram roubadas enquanto ele matava inocentes. Não bastasse esse contratempo, a notícia de que as as Cortes Constituintes haviam sido destituídas em Portugal, por um golpe absolutista chamado Abrilada, do filho mais novo de Dom João VI, o Dom Miguel. Este dissolveu as Cortes Constituintes e resintala o Rei Dom João VI na condição de soberano absoluto de Portugal.
A Abrilada inviabilizou completamente a continuidade do plano de Fidié de continuar, pois as Cortes Constituintes representavam a causa pela qual lutava, a de um Portugal republicano tendo o Brasil como colônica novamente. Assim, ele se rende, é enviado ao Rio de Janeiro e de volta a Portugal por Dom Pedro I, que apesar da rebeldia, continua respeitando Fidié como um militar portugês e competente.
Documentário sobre a história da Batalha de Jenipapo
Reportagem sobre a História da Revolta de Jenipapo
Vídeo aula, para o concurso da PM, sobre a Batalha do Jenipapo
História do Maranhão – Batalha do Jenipapo
- Batalha do Jenipapo
- 13 de março de 1823, no Piauí
- A Batalha de Jenipapo foi uma guerra pela independência do Brasil decisiva
- Cearenses + maranhenses + piuaienses
- Luta contra as tropas portuguesas a favor da independência brasileira, desejo impulsionado após o Grito do Ipiranga
- Comandante português: Major João José da Cunha Fidié
- A Batalha de Jenipapo faz parte da guerra da independêndia do Brasil, mas é, geralmente, esquecida nas aulas de história do Brasil
- Antecedentes da Batalha do Jenipapo
- Intenção da coroa portuguesa de manter a região como reino unido de Portugal
- Tentativa da coroa portuguesa de abafar a independência do Brasil
- Império do Brasil VS Reino de Portugal
- A Batalha do Jenipapo aconteceu às margens do Rio Jenipapo, na atual cidade de Campo Maior, no estado do Piauí
- Quem participou da Batalha de Jenipapo
- Brasileiros
- Pessoas simples: lavradores, artesãos, escravos, roceiros, vaqueiros, etc.
- Portugueses representando as Cortes Constituintes
- Soldados bem treinados, bem armados e a cavalo
- Brasileiros
- Como foi a Batalha de Jenipapo (características)
- Batalha sangrenta
- Armas dos brasileiros: facões, machados, porretes e armas artesanais
- 200 a 400 brasileiros mortos e 60 feridos
- Brasileiros perderam a batalha
- Impedimento do avanço luso em direção à Portugal
- Importância história da Batalha de Jenipapo como guerra da independência do Brasil
- Embate crucial para a emancipação do Brasil
- Consolidação territorial brasileira
- Há, inclusive, um monumento na cidade de Campo Maior, no Piuaí, em homenagem aos bravos soldados que participaram destas lutas pela independência do Brasil, inaugurado em 1973
Questões sobre a Batalha do Jenipapo nas guerras pela independência brasileira
- (Exatus PM RJ 2014) A Batalha do Jenipapo, ocorrida no dia 12 de março de 1823, foi um confronto:
- a) Que evidencia as péssimas condições de vida da população mais pobre e domínio político e econômico dos grandes fazendeiros
- b) Considerado fundamental no processo de independência e consolidação do território brasileiro
- c) Que se constituiu numa sublevação de caráter racial, de escravos africanos, organizados em torno de propostas radicais para a libertação dos demais escravos africanos
- d) Que teve início entre as elites militares, médicas e jornalistas do atual município de Campo Maior, na província do Piauí
- (IMA Canavieira PI 2015) Ocorreu no dia 13 de março de 1823 uma batalha decisiva para a independência do Brasil: a Batalha do Jenipapo. Cearenses e maranhenses se juntaram ao povo de Piauí nessa importante data histórica para lutar contra resistentes tropas portuguesas lideradas pelo Major João José da Cunha Fidié. A data é geralmente esquecida nas aulas de história do ensino fundamental e médio, e apesar de ter sido de grande importância para toda a história do país, não é facilmente encontrada em livros sobre o assunto. A respeito desse fato histórico, marque a alternativa errada:
- a) Esse embate, que foi crucial para o processo de emancipação do Brasil, é lembrado até hoje como um gesto de coragem, onde o bem da maioria se sobrepôs ao medo de perder a vida
- b) A batalha acontceu às margens do rio Jenipapo, onde hoje está localizada a cidade de Campo Maior, no Piauí
- c) A Batalha de Jenipapo é conhecida como uma das mais sangrentas batalhas realizadas em solo brasileiro. Isso se deve ao fato de que os brasileiros não foram para a luta com armas de guerra, e sim com facões, porretes e armas artesanais. Cerca de 1200 brasileiros foram mortos e outros 542 foram feitos prisioneiros por Portugal, enquanto 116 morreram e 60 ficaram feridos
- d) A batalha se iniciou após terem sido descobertas as intenções dos comandantes das tropas portuguesas: manter a região sob o domínio português para abafar os movimentos de independência que se desenvolviam na área