Revoltas no Período Regencial
Essa pesquisa sobre a Sabinada procura mostrar alguns pontos dessa revolta republicana liderada por Francisco Sabino que tinha caráter igualitário, levantando questões de cunho federativo. Todavia, é válido lembrar que a Revolução Sabinada não esteve sozinha, como o único movimento social da época, pois houve outras revoltas do período regencial, que foram:
- Farroupilha – 1835 a 1845 (Rio Grande do Sul)
- Cabanagem – 1835 a 1840 (Pará)
- Balaiada – 1838 a 1841 (Maranhão)
- Sabinada – 1837 a 1838 (Bahia)
- Revolta dos Malês – 1835
A Revolta Sabinada no Período Regencial do Brasil
Onde Aconteceu a Sabinada
A Revolta da Sabinada aconteceu na Bahia.
Líder da Revolta do Sabinada
O principal líder político da Revolta Sabinada foi Francisco Sabino Álvares da Rocha Silveira, daí o nome Sabinada. Ele era médico, profesor e jornalista e escrevia artigos reclamando de pagar impostos para a corte no Rio de Janeiro, que gastava sempre mais, principalmente depois do acordo de compra da independência feito com a coroa portuguesa. Além disso, nesse período, muitas invenções, como a iluminação pública a gás do Rio de Janeiro, implementada pelo Barão de Mauá, era custeada com dinheiro público. A Bahia era, na época, a segunda maior província de arrecadação de impostos pelo governo central.
Francisco Sabino também era contra a concentração de terra e poder político nas mãos de uma pequena elite local que respondia, apenas, aos interesses do governo regencial, a quem chamava de déspotas a mando dos portugueses. Ademais, Sabino posicionava-se como defensor de ideais defendidos na Revolução Francesa e tinha ideias republicanas pautadas no federalismo, como as implantadas nos Estados Unidos.
Causas da Sabinada
Diversos foram os motivos que levaram as rebeliões regenciais a se revoltarem contra o contexto em que se encontravam. Mas a Revolução Sabinada é tratada de modo especial por diversos historiadores brasileiros pelo fato de que ela aconteceu na Bahia, estados de Cipriano Barata, palco de outras lutas anteriores como:
- Conjuração Baiana: revolta separatista de 1798 que desejava fundar uma república igualistária e abolicionista. Contou com a participação de Cirpiano Barata
- Independência da Bahia: luta dos brasileiros ao lado de Dom Pedro I a favor da manutenção da independência contra militares portugueses. Também contou com o apoio de Cipriano Barata
- Batalha de Itarajá, em que Maria Quitéria, primeira mulher militar do Brasil, foi considerada heroína e condencorada com a medalha do Cruzeiro do Sul, diretamente das mãos de Dom Pedro I
- Batalha do Funil
Os Sabinos, como ficou conhecido o grupo seguidor de Francisco Sabino, faziam oposição ferrenha aos regentes e aos governantes nomeados por eles, os quais não atendiam as demandas do povo, pois eram, apenas, centralizadores do poder na região, grupo representado por coronéis latifundiários.
Nesse contexto, a renúncia do padre Feijó, em setembro de 1837, é vista como autoritária e estopim para a Revolução Sabinada. Além disso, a fuga do líder Farroupilha gaúcho, Bento Gonçalves da Silva, que estava preso num forte Baiano também é tida como um dos estopins no contexto de causas da Sabinada.
Os militare apoiavam a Revolta do Sabinada poque eles estavam descontentes com o governo regente, principalmente, pela criação da guarda nacional, pois, como a milícia civil acabou e o número de soldados foi reduzido, muitos encontraram-se desempregados.
Objetivos da Sabinada
- separar-se do Brasil, pelo menos enquanto durasse o período regencial
- implantar a república no novo país
- lutar contra os altos impostos da coroa portuguesa
- lutar contra a centralização do poder nas mãos de poucos, inclusive dos grandes latifundiários e coronéis locais
- implantar ideias da Revolução Francesa no governo do país
Sabinada: Consequências
Ficou decidido entre os Sabinos que estes iriam convocar uma constituinte e se separar do Brasil. Então, a República Bahiense é proclamada em 7 de novembro de 1837, toda a movimentação é feita de forma pacífica e não há vítimas. Dois dias depois, afirmaram que este arranjo duraria, somente, até que a maioridade fosse atingida por Dom Pedro II. Deixando claro que não eram contrários ao império em si, mas ao governo da regência.
Entretanto, como essa revolta regencial foi derrotada, as consequências da Sabinada foram apenas temporárias, do ponto de vista prático. Todavia, é sabido que todo movimento social deixa marcas na cultura do local onde acontece, servindo de combustíveis para mudanças futuras.
Sabinada: Desfecho
Os revoltosos tacaram fogo na cidade e, em menos de 24 horas depois, foram presos e muitos mortos. Veja alguns número do desfecho da Sabinada:
- O movimento é derrotado em março de 1938
- 1000 pessoas morreram
- 3000 são presas
- 1500 foram recrutadas a força
- 70 prédios foram incendiados
- somente 40 soldados do governo foram abatidos
- Francisco Sabino foi condenado à forca mas perdoado por Dom Pedro II quando sobe ao trono