Revolta dos Malês: Revolução dos Escravos no Período Regencial

Muitos procuram, no Google, pelo termo “revolta dos malês resumo“, e é sobre esta rebelião, uma das principais revoltas do período regencial, também chamada de “Revolução dos Malês“, a mais empolgante das revoltas escravas, que este post procura elucidar. Contendo diversos documentários que servem de pesquisa sobre a Revolta dos Malês, trataremos de assuntos como:

O que foi a Revolta dos Malês

Onde ocorreu a Revolta dos Malês

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Estima-se que a cidade de Salvador possuía em 1835, 65500 mil habitantes, destes 21940 eram africanos, entre escravos e libertos, o que representava 33,6% da população. Os escravos eram trazidos de diversos portos da costa africana, sobretudo de Cabinda, Luanda e Benguela. A grande maioria foi marcada nos portos do golfo do Benim, falavam Iorubá e eram adeptos das religiões de matrizes agricanas, embora alguns deles professassem o islamismo.

Causas da Revolta dos Malês

Os escravos que aqui chegavam eram utilizados como mão de obra em diversos tipos de atividades, tanto empregados na lavoura da cana, mandioca, fumo e criação de gado, quanto nas atividades domésticas e em ofícios variados. Em virtude do trabalho que eles empenhavam, os escravos urbanos tinham uma maior mobilidade e independência que os cativos no campo, o que facilitava a organização de reuniões, conspirações e levantes, a exemplo do ocorrido na madrugada de 25 de janeiro de 1935, chamada de a Revolta dos Malês, uma das mais importantes revoltas regenciais ocorridas durante as primeiras décadas do século 19 do país, pois representava um movimento abolicionista do Brasil.

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Quem eram os Malês

Quem eram os escravos muçulmanos

A Revolta dos Malês foi organizada por africanos muçulmanos, denominados de Malês, o que significa muçulmano, no momento de expansão do islamismo entre os africanos que viviam na Bahia. Os revoltosos eram, em sua maioria, Nagô, mas contavam com a participação de escravos e libertos de diferentes etnias e religiões. Nesse sentido, os laços de amizade, solidariedade e identidade etnicá que os união foroam significativos para a mobilização de um contingente de 600 homens, que pegaram em armas contra o governo do período regencial do Brasil. Muitos deles, africanos não muçulmanos, que não tinham sonhos de liberdade religiosa. O movimento foi marcado para acontecer no final do Ramadã, no mês do caledário islâmico dedicado ao jejum e à reflexão espiritual. Para os católicos, era o dia de festejar nossa senhora da guia, padroeira dos navegantes, com grande festa em bairro distante do centro da cidade de Salvador.

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Enquanto os católicos livres e suas famílias se arrumavam para as festas religiosas, os revoltosos, liderados pelos Nagôs, se preparavam para o levante ao amanhecer do dia 25, mas foram surpreendidos pela guarda civil, pois haviam sido delatados por duas escravas libertas, no Largo dos Veteranos, o que fez com que os rebeldes se dividissem em vários grupos, enfraquecendo a força.

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Um desses grupos dirigiu-se à câmara em solidariedade a um dos líderes do grupo que encontrava-se preso para pagar a pena de seu senhor, que devia dinheiro por empréstimo feito a comerciantes da cidade. Houve confronto entre os rebeldes e as autoridades, o que impediu a libertação dos colegas e os afugentaram para outras bandas. Quando se reagruparam foram atacados novamente, lutando bravamente contra homens armados até que fosse impossível continuar a empreitada abolicionista.

Revolta dos Malês: desfecho

Nesse confronto, mais de 70 insurgente foram enterrados em vala comum sem nenhuma cerimônia religiosa, católica ou islâmica. Muitos foram condenados a prisões ou, mesmo, a penas de morte.

Revolta dos Malês: Consequências

Muitas foram as consequências da Revolta dos Malês, como o medo constante que pairou sobre Salvador muito tempo depois do acontecido, levando ao aumento do preconceito e raiva contra os negros escravos, o que impulsionou muitos libertos a voltarem de Salvador fugindo da repressão que, impressionantemente, conseguia ser ainda maior do que antes. Mas, como todo movimento social, as marcas não foram apenas temporárias, ideias incutiram na cabeça de negros e outras pessoas que sonhavam com uma sociedade mais justa, servindo-se, assim, de combustível para futuros levantes.

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