Quem foi Café Filho, o vice de Vargas que virou presidente do Brasil
Café Filho nasceu no Rio Grande do Norte e com a morte de Getúlio, esse assumiu a presidência num curto e agitado período de tempo. Ele era do PSP e Vargas do PTB, era uma aliança que garantiria a eleição de Getúlio Vargas no seu segundo governo, também chamado de período democrático da Era Vargas, pois foi a primeira vez em que o auto nomeado “pai dos pobres” subiu ao poder por meio do voto. Como era vice do “pai dos pobres”, logo deu um jeito de enfiar, também, a palavra pobre no meio do nome, e se propagandeou como o “advogado dos pobres”.
O pai do presidente Café Filho era presbítero, por isso, ele ficou conhecido como o primeiro presidente protestante do Brasil. Foi também o primeiro potiguar, como são chamadas as pessoas nascidas no Rio Grande do Norte. Geisel, presidente durante o regime militar, também é sempre lembrado como um presidente protestante. Todavia, gostaria de ver, mesmo, é um presidente ser lembrado por não roubar ou deixar uma estrondosa inflação depois de sair do governo.
Presidente Café Filho, um comunista no poder
Café Filho compunha a chapa PTB-PSP como vice de Getúlio Vargas, é verdade. No entanto, a contra-gosto deste, pois Café Filho era defensor do divórcio, o que desagradava a igreja, era também contra a extinção do partido comunista e a cassação dos direitos políticos dos afiliados deste, o que também desagradava a igreja e mais ainda, grande parte dos eleitores de Vargas.
Café Filho foi contra a Lei de Segurança Nacional importa por Vargas em 1935, que lhe garantia mais poderes e denunciou a mentirada que foi o Plano Cohen, uma traquinagem usada por Getúlio para tomar de vez o poder instaurando a ditadura, sobre o pretexto de que era para defender o país de um golpe comunista. Mas não teve jeito, Getúlio se viu obrigado a nomear Café Filho vice-presidente, pois foi imposição do então governador de São Paulo, Ademar de Barros, para que este apoiasse a candidatura Vargas num segundo governo. Ah, e Café Filho também era mal visto pelos militares, apesar de ter tido a mesma postura contrária à Ditadura Varguista.
Mas a verdade é que político nunca é uma coisa só, eles sempre mudam de ideia quando lhes convêm. Café Filho, ao final da carreira, foi apenas um nome na linha presidencial e nada mais. Terminou a vida política como ministro do Tribunal de Contas de Carlos Lacerda, o maior inimigo de Vargas, aquele que se dizia um liberal, mas que coloca um pseudo-comunista para gerenciar as contas do estado. Foi nesse cargo que Café Filho se aposentou, com uma gorda aposentadoria, da qual, com certeza, nenhum pobre nunca viu um tostão na vida, a não ser quando vendia salgadinho ao guloso e esperto vice-presidente que nada fez, se não, receber salário do bolso dos contribuintes. Ah, e antes de aceitar o cargo oferecido por Lacerda, Café Filho trabalhou, um pouco, como corretor de imóveis, até 1961, quando voltou à mamata, de sempre.
Documentário “Café Filho – O presidente potiguar”
Veja um pequeno documentário sobre o presidente Café Filho. Como não podia deixar de ser, esta pequena e militante vídeo aula, segue o padrão positivista instaurado no país, no qual historiadores, de plena consciência de que é o governo o maior empregador da classe, baba ovo descaradamente de políticos, colocando a população, empregados e empreendedores, em segundo plano de sua própria história.
De acordo com a visão de historiadores brasileiros, em sua maioria, infelizmente, políticos são capazes de voar, ler pensamento e de possuírem uma coragem e força de vontade sem igual, estas, provavelmente confundidas com a palavra “cara-de-pau”, comumente utilizada pelo povo ao se referir a políticos e que, muitos professores de história parecem desconhecer.
Café Filho, A UDN, Carlos Luz e Nereu Ramos
Veja uma mini vídeo aula sobre a breve participação do presidente Café Filho no governo e quais foram os presidentes que vieram depois dele, no contexto pós morte de Getúlio Vargas, de quem Café filho era vice na chapa PTB-PSP.