Tema: “Educação alimentar e seus desafios na sociedade brasileira”
Educação alimentar e
seus desafios na sociedade brasileira
A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Educação alimentar e seus desafios na sociedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis, no contexto da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional.
(Disponível em http://mds.gov.br/assuntos/seguranca-alimentar/alimentacao-saudavel/educacao-alimentar-e-nutricional
– Acesso em: 10 abr. 2018).
TEXTO II
Para garantir que crianças e adolescentes se alimentem de maneira mais saudável, poder público e instituições de ensino vêm adotando medidas que restringem a entrada de alimentos que podem ser nocivos à saúde no ambiente escolar. Alguns exemplos são leis que proíbem a venda de refrigerantes e frituras dentro dos colégios e a decisão de substituir lanches trazidos de casa por refeições preparadas na própria instituição.
Apesar disso, para que os bons hábitos alimentares sejam realmente enraizados – combatendo, assim, problemas como a obesidade – muitas escolas de educação infantil têm apostado em projetos mais amplos, que ensinem a importância de comer bem. E o foco não são só as crianças: para que elas possam se alimentar melhor, os pais também precisam passar por um processo de reeducação.
“Escola e pais devem trabalhar juntos. A escola irá reforçar a alimentação saudável através de um cardápio variado e que contemple os nutrientes vitais para o desenvolvimento da criança. Se isso também for aplicado em casa, é possível que as crianças se tornem agentes promotores da sua saúde e de sua família”, diz Sabrina Bairão, coordenadora pedagógica da escola de educação infantil do Colégio Palmares, o Gente Nossa, localizado em São Paulo.
(Disponível em http://www.revistaeducacao.com.br/projetos-de-educacao-alimentar-nas-escolas-buscam-mudar-habitos-familiares/ – Acesso em: 12 abr. 2018).
TEXTO III
A OMS fez uma pesquisa e concluiu que o brasileiro está consumindo, em média, 50% mais açúcar do que deveria. Muitas vezes sem saber. A Organização Mundial da Saúde recomenda um consumo máximo de 50 gramas de açúcar por dia. Isso equivale a 10 pacotinhos. Agora, desse jeito fica fácil medir a quantidade que pode-se colocar no café. O problema está naquele açúcar que a gente não vê.
Em média, são dois gramas por unidade. Quando o produto é embalado, a Cristiane confere o rótulo. “Tem que ficar olhando sempre a tabelinha para ver qual. A porcentagem de açúcar, enfim, que vai no, no produto”, afirma a analista de processo Cristiane Rocha.
Essa é uma dica boa, de acordo professor de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP que participou do estudo da Organização Mundial da Saúde. “Se você olhar a lista de ingrediente, o açúcar aparecer como primeiro ingrediente ou como segundo ingrediente, é sinal que o produto tem muito açúcar. Você pode ter açúcar, você pode ter açúcar de milho, você pode ter amido modificado, você pode ter mel, você pode ter dextrose. São vários açúcares sintetizados e que funcionam exatamente como açúcar”, recomenda Carlos Montier.
(Disponível em http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/03/brasileiros-consomem-50-mais-acucar-do-que-deveriam-diz-oms.html – Acesso em: 10 abr. 2018).
TEXTO IV
ONU recomenda que embalagens de alimentos no Brasil tenham advertência nutricional frontal
Em um painel técnico realizado na quinta-feira (9) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelo Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reforçou suas recomendações para a adoção de ícones frontais de advertência nutricional na rotulagem de alimentos no Brasil.
(Disponível em https://nacoesunidas.org/onu-recomenda-que-embalagens-de-alimentos-no-brasil-tenham-advertencia-nutricional-frontal/ – Acesso em: 10 abr. 2018).
Texto para análise
O comportamento alimentar brasileiro
O crescimento do consumo de alimentos calóricos – ricos em gorduras e carboidratos – transformou o modo de vida da sociedade brasileira, oferecendo risco a uma dieta balanceada e saudável na medida em que contribuiu para o avanço dos índices de obesidade. A aceleração da vida moderna e a postura inconsequente de muitas empresas que atuam nesse ramo estão entre os principais agentes causadores dessa questão de saúde pública. Nesse sentido, convém analisar as vertentes que englobam os maus hábitos alimentares no Brasil.
Claramente, é perceptível que o desenvolvimento da indústria alimentícia exerce papel preponderante no incentivo à alimentação irregular. A expansão das famosas redes de fast-food propiciou uma ampla oferta de refeições instantâneas dotadas de baixo valor nutricional e com preços acessíveis. Essas, ao oferecerem praticidade aos indivíduos apressados que buscam rapidez na hora de ingerir alimentos, não raro, contribuem para a substituição de pratos principais – como o almoço – por hambúrgueres e outros lanches de alto teor lipídico. Tal fato tem acarretado no ganho excessivo de peso pelos cidadãos brasileiros.
Outro aspecto a ser pontuado é que muitas empresas do setor alimentício, motivadas pela obtenção de lucros e incentivadas pela fiscalização precária realizada pelos órgãos governamentais, acabam por contribuir para a propagação da alimentação inadequada. A presença de rótulos nutricionais incompletos, a adição de substâncias cancerígenas aos produtos processados industrialmente e o uso indiscriminado de ingredientes que, em excesso, são nocivos à saúde humana, como o sódio, são provas disso. Dessa forma, fica evidente o descaso com a alimentação balanceada do consumidor.
Logo, diretrizes são necessárias para reverter esse impasse. Portanto, as escolas devem criar projetos de orientação nutricional com o apoio de médicos, a fim de que desde a infância os cidadãos aprendam a importância de uma vida saudável. O Estado, por sua vez, deve aprofundar esforços para fiscalizar e aplicar punições legais mais rígidas às indústrias que infringirem as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Concomitantemente, as prefeituras devem subsidiar a multiplicação de locais como quadras esportivas e ciclovias para que a prática assídua de exercícios físicos seja oportunizada e, consequentemente, a obesidade e outras doenças crônicas sejam combatidas. Afinal, a ssaúde é o baluarte do bem-estar social.
Segundo a teoria de Emile Durkhein, Fato Social representa uma força coercitiva do grupo sobre o indivíduo, compelindo uma ação consciente ou não, baseada no comportamento coletivo. Talvez isso explique porque cada vez mais pessoas estão repetindo hábitos alimentares precários, comumente relacionados à vida moderna no Brasil, o que cabe análise acerca das tratativas e possível solução da problemática.
É significativo ressaltar o crescimento de redes de fast foods famosas, como a Mc Donalds, sempre prontas a atender à demanda ansiosa por alimentos gordurosos e rápidos, que não necessitam investimento, por parte dos clientes, do tão escasso tempo com o preparo. Esse desgostoso hábito alimentar, que carece de uma educação básica relacionada ao tema, é perigoso, pois, segundo cardiologistas, acarreta problemas no coração.
Ademais, outra adversidade resultante da falta de conhecimento a respeito do que seria uma refeição saudável recai sobre a família contemporânea brasileira, que se vê impedida de uma convivência diária como acontecia antigamente, em que todos se reuníam à mesa da cozinha para prosear, em conformidade com o que pregava Santo Agostinho. Dessa forma, é triste constatar os impactos negativos da recusa do governo em encarar de frente o problema.
O Ministério da Educação (MEC), por conseguinte, deveria impor matérias instrutivas elucidativas para uma nutrição adequada aos alunos, por meio da capacitação de professores com material de apoio audiovisual disponível ao corpo docente, para que a escolha nutritiva seja mais adequada. Espera-se, assim, que o enorme desafio educacional de se fazer presente em um país de dimensões continentais como a nação verde e amarela seja, finalmente, sobreposto.
Fato Social, de acordo com a teoria de Emile Durkhein, representa uma força coercitiva do grupo sobre o indivíduo. Talvez essa frase explique o enorme desafio de se educar, relativo à nutrição, uma população tão influenciada pelo coletivo privado de tempo devido às altas cargas de trabalho da vida contemporânia. Dessa maneira, necessita-se análise acerca das tratativas e possível solução da triste e complexa problemática.
É imperativo ressaltar o modelo capitalista tão criticado por Karl Marx, no qual o empregado é compelido a vender sua força de trabalho por salários ínfimos, engrenagem exemplificadora da demanda pelos fast foods que viabilizam economia de tempo a ser aplicado no explorador ofício. Essa absurda realidade é prejudicial aos incautos consumidores que passam a carecer de uma nutrição adequada.
Ademais, a falta de contato do cidadão com a família durante o almoço, tal qual afirmam psicólogos, afeta nevativamente o intelecto, negado de uma necessária convivência e relaxamento após a refeição. Todavia, infelizmente, conhecimentos relacionados ao organismo humano não são devidamente ressaltados à população, mesmo em um país com uma carga tributária avassaladora como o Brasil.
O Ministério da Educação (MEC), por conseguinte, deveria veicular campanha publicitária elucidativa sobre os perigos relacionados aos maus hábitos alimentares nas redes sociais, por meio de verba disponibilizada pelo Executivo, com material didático audiovisual para que melhores escolhas nutritivas sejam adotadas. Espera-se, assim, que mais cidadãos possam desfrutar de uma existência saudável e socialmente rica, aprazente tanto física quando mentalmente, conforme a lógica professada por Durkhein.
Segundo a teoria de Emile Durkhein, Fato Social representa a força coercitiva do grupo sobre o indivíduo. Talvez essa ideia explique por que seja tão difícil educar sobre bons hábitos alimentares uma sociedade cada vez mais escassa de tempo devido à dura realidade da vida moderna estabelecida no Brasil, o que cabe análise acerca das tratatativas e possível solução da triste e complexa problemática, que pode levar a distúrbios de saúde.
O Índice de Massa Corporal, utilizado para instruir melhores comportamentos à mesa da cozinha, mede a porcentagem de gordura esperada no organismo de acordo com a altura do indivíduo e é evidenciado por nutricionistas para executar receitas médicas. Todavia, atualmente, devido ao avanço das redes sociais, qualquer leigo publica princípios esdrúxulos que estão sendo utilizadas para refutar conhecimento há muito ratificado pela ciência, o que é absurdo e coloca em risco a vida dos cidadãos.
Além das Fake News na web, outro fator que caracteriza um grande desafio à educação alimentar na sociedade brasileira é a falta de material audiovisual que exemplifique como o corpo humano utiliza carboidratos para gerar reservas de gordura, o que seria muito benéfico como exemplo em aulas sobre o tema. Essa absurda escassez de estratégias práticas que visem elucidar a respeito da importância de uma boa refeição é inadmissível em uma país que conta com uma das mais altas cargas tributárias do mundo.
Para prevenir as adversidades decorridas da ignorância nutricional, o Ministério da Saúde, por conseguinte, deve patrocinar camanhas pedagógicas no Facebook e Instagram sobre as perturbações advindas de uma má alimentação, por meio de verba disponibilizada pelo Executivo com o apoio da câmara, para incentivar melhores práticas nutricionais. Espera-se, assim, que com informação confiável, os cidadãos alterem as contestáveis condutas para com a comida, ingerindo cada vez mais o que é saudável em detrimento do que é apenas conveniente e construa um ciclo virtuoso de acordo com a lógica de Durkhein.