Revoltas do período regencial
Ocorreram várias revoltas no período regencial. Sendo assim, podemos dizer que todas tiveram em comum o contexto temporal no qual cidadãos protestaram violentamente contra o governo vigente. Todavia, algumas envolveram mais camadas da sociedade outras menos, sendo consideradas, por isso, populares ou não. Confira, na imagem em destaque, as outras revoltas do período regencial que se estabeleceram no país no mesmo período que a Guerra dos Cabanos.
Documentário sobre a Cabanagem 1835
Cabanagem: contexto historico
A economia da província do Grão-Pará, que englobava os atuais estados do Pará, parte da Amazônia e Roraima, baseava-se na pesca, na produção de cacau e na extração de madeiras, utilizava-se de mão de obra escrava negra e de índios destribalizados, chamados Tapuios, submetidos a um regime de semi-escravidão. Todavia, como essa revolta do período regencial durou cerca de dez anos e houve diversos grupos sociais envolvidos na cabanagem, se não todos os da região, é muito difícil responder com exatidão o que decorreu quando cai na prova explique as divergências entre os rebeldes no decorrer da cabanagem, mas esse post com diversas vídeo aulas de história para o ENEM e faculdades é uma excelente pesquisa como ponto de partida e aprofundamento.
Grupos sociais envolvidos na Cabanagem
A maior parte da população da província do Grão-Pará era formada por índios destribalizados, índios aldeados, negros forros e escravos mestiços. Este lutavam por melhores condições de vida, e mais independência política, contra uma classe representada, principalmente, por portugueses.
O que foi a Cabanagem
A Cabanagem, também chamada de Guerra dos Cabanos, foi uma revolta popular ocorrida no período regencial do Brasil, na província do Grão-Pará, contra o governo central regencial. Embora por causas diferentes, os cabanos (índios e mestiços, na maioria) e os integrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros brasileiros, no geral) estavam unidos nestas rebeliões, apesar de terem havido muitas traições. Para saber como acabou a Cabanagem continue lendo.
Objetivo da Cabanagem
O objetivo da Cabanagem era a conquista da independência da província do Grão-Pará. Os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho, moradia, saúde e comida). Já os fazendeiros e comercianes, que lideraram a revolta, desejavam maior participação nas decisões administrativas e políticas da província.
Causas da Revolta da Cabanagem
A abdicação de Dom Pedro I, em 7 de abril de 1831, dando início ao período regencial brasileiro, teve reflexos violentos no Grão-Pará. Sob a liderança do Cônego Batista Campos, os cabanos depuseram uma série de governantes nomeados pelo Rio de Janeiro para a província.
Em dezembro de 1833, o governo da Regência Trina Permanente conseguiu retomar o controle da situação e Bernardo Lobo de Sousa assumiu o governo da província do Grão-Pará. Esse, iniciou uma violenta política de repressão: perseguiu e efetuou prisões arbitrárias e deportações em massa. Todavia, foi o recrutamento para o exército e para a armada imperiais que precipitou a rebelião, pois o recrutamente, na verdade, era um meio de afastar os elementos “incômodos” ao governo da província.
Entre 1832 e 1835, no interior da capital, Belém, ocorreu uma série de levantes populares contra o governo regencial do Brasil que contou com a participação de soldados da tropa, descontentes com o baixo soldo, com alguns poderes locais e com o próprio governo regencial.
Os cabanos, como eram conhecidos a população local por viverem, principalmente, em cabanas às margens dos rios e Igarapés, reivindicavam melhores condições de vida e trabalho, e a elite, representada por grandes fazendeiros da região, procurava maior participação nas decisões político administrativas da província.
Os revoltosos exigiam a formação de um governo popular chefiado pelo Cônego João Batista Gonçalves Campos. Contudo, o poder foi entregue a homens da confiança do imperador.
A situação ad província do Grão-Pará era, portanto, propícia ao surgimento de movimentos socials no período regencial que expressava a luta de uma maioria representada, majoritariamente, por índios, mestiços e escravos, contra uma minoria branca, formada, em grande parte, por comerciantes portugueses.
Quem foram os líderes da Cabanagem
Assim formou-se o quadro ideal para a Revolução da Cabanagem, que se alastrou pelo interior da província, com o apoio inicial dos irmãos Félix Antônio Malcher e Francisco Vinagre. Herdeiros da liderança do movimento depois da morte de Batista Campos. Eduardo Nogueira, conhecido como Angelim, representou o terceiro governo da Cabanagem.
Massacre do Brigue Palhaço – Pará 1823
No dia 16 de outubro de 1823, soldados embriagados, cansados dos desmandos portugueses e de seus baixos salários, atacaram estabelecimentos portugueses. Desencadeou-se violenta repressão comandada por John Pascoe Grenfell, que determinou a prisão e o fuzilamento de muitas pessoas. Contudo, antes da condenação, muitos foram confinados a bordo de um navio conhecido como “Brigue Palahaço”, no episódio 256 pessoas estavam detidas e foram sufocadas com cal jogado sob elas, que se encontravam no porão do navio, desses apenas 4 sobreviveram, dos quais, no dia seguinte, apenas um ressitiu, de nome João Tapuia.
A Revolução da Cabanagem
O movimento da Cabanagem avançava, contudo, os revoltosos se dividiram: alguns se retiraram, temendo o aumento da violência, outros, como o Cônego Batista Campos, esperavam obter as reformas na Assembléia Legislativa Provincial. Então, a elite, que liderava, recuou e os cabanos assumiram o controle. Em janeiro de 1825, os rebeldes dominaram Belém, executando o governador Lobo de Sousa e outras autoridades. Contudo, há apenas pouco tempo deste ocorrido, Batista Campos havia morrido devido a uma infecção por corte com navalha ao fazer a barba que, por estar foragido não poude tratá-la com o devido cuidado. Por isso, o primeiro governo cabano foi entregue ao fazendeiro Félix Antônio Malcher que, com medo da violência das camadas mais pobres da população, entrou em choque com outros líderes e perseguiu os elementos mais radicais do movimento.
Antônio Malcher jurou fidelidade ao imperador, afirmando que só ficaria no poder até a mioridade. Esse juramento ia contra o único ponto em comum entre os cabanos e as alites brasileiras locais: a rejeição a política centralizadora do govreno regencial, no Rio de Janeiro, vista como preservadora dos privilégios dos portugueses.
Francisco Vinagre briga com o irmão, esmurrando-o, este sai do governo e Vinagre inicia o segundo governo cabano. No entanto, ele não foi capaz de resolver as divergências entre os revoltosos, pois o novo governo cabano, assim como o primeiro, mais parecia uma continuação das atitudes dos líderes importos pelo governo regencial, que reais representantes do Movimento da Cabanagem. Vinagre foi acusado de traição por ter feito um acordo com as tropas legalistas enviadas pelo Rio de Janeiro, prometendo entregar a presiência ad província a quem fosse indicado pelo governo regencial. Desse modo, as forças regenciais retomaram Belém.
Os cabanos, vencidos na capital, retiraram-se para o interior, infiltraram-se nas vilas e povoados, conseguindo adesão das camadas mais humildes da população. Liderados por Eduardo Nogueira, cujo apelido era Angelim, em referência a uma árvore de madeira forte, reforçaram sua tropa e retomaram Belém, após nove dias de lutas violentas.
O terceiro governo cabano durou dez meses. Entretanto, eles não souberam se organizar com eficiência. Abalados por problemas internos e falta de um programa de governo, sofreram, ainda, uma epidemia de varíola, que assolou por longo tempo a capital.
O regente Feijó, após ter perdido, novamente, o poder em Belém, decidiu restabelecer a ordem na província do Grão-Pará, enviando, em abril de 1836, uma poderosa esquadra comandada pelo brigadeiro Francisco José Soares de Andréa, que conseguiu retomar a capital daquela província do norte. Contudo, havia na cidade quase exclusivamente mulheres, os cabanos haviam se retirado para o interior, onde resistiram por mais três anos.
Revolta da Cabanagem: Desfecho
A província do Grão-Pará só foi retomada, de vez, pelas tropas regenciais em 1840, representando o fim da Cabanagem. A repressão foi violenta e brutal. Incapazes de oferem resistência, os rebeldes fram esmagados. Ao findar o movimento, dos quase 100 mil havitantes do Grão-Pará, cerca de 30 mil, o que representava 30% da população da província, haviam sido assassinados pelas tropas regenciais, mortes, essas, que continuaram a acontecer, mesmo depois de já restabelecido o poder regencial.
O fim da Cabanagem dá-se em derrota contra as forças legalistas, não atingindo, portanto, os objetivos, devido, principalmente, às sucessivas traições nas lideranças.
Segundo o historiador Caio Prado Júnior a Revolta da Cabanagem:
“Foi o mais notável movimento popular do Brasil. O único em que as camadas mais inferiores da população conseguem ocupar o poder de uma província com certa estabilidade. Apesar de sua desorientação, da falta de continuidade, fica-lhe, contudo, a glória de ter sido a primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma tomada efetiva do poder”.
Revolta da Cabanagem: Consequências
Segundo o historiador Caio Prado Jr., a Revolta da Cabanagem foi a maior rebelião popular brasileira, se não por tempo de duração (1835-1840), pela intensidade e composição.
Cabanagem: fatos
- O contexto da Revolta da Cabanagem
- Grão-Pará erá um território que correspondia aos atuais estados do PA, AP, RO, RR e MA
- 120 mil habitantes
- Situação da maioria da população: pobres, viviam da pesca, madeira, castanha, cacau, baunilha
- Causas da Cabanagem
- Cabanos: terras para plantar e fim da escravidão
- Fazendeiros: queriam escolher o presidente de província
- Governos cabanos
- Feliz Malcher e Francisco Vinagre traem a Cabanagem
- Eduardo Angelim (nome verdadeiro é Eduardo Francisco Nogueira, Angelim é um apelido referente à madeira resistente) prossegue com a luta
- Desfecho da Cabanagem
- Retomada de Belém em maio de 1836
- Morte de 40% da população