Este post procura servir de base para uma pesquisa sobre a Balaiada, também chamada de Revolta da Balaiada, Guerra da Balaiada ou, ainda, Movimento Balaiada. Veja a nossa separação em tópicos, sobre esse que é um dos conteúdos que mais caem no ENEM de história, onde procuramos abranger tudo sobre a Balaiada:
- Balaiada: desfecho
- onde foi a Balaiada
- a Guerra da Balaiada
- líderes da Balaiada
- o que foi a Balaiada
- motivos da Balaiada
- grupos sociais da Balaiada
Na instigante vídeo aula em destaque, que retrata muito bem os motivos e desfecho do balaiada, é possível entender muito bem essa revolta do período regencial.
Onde foi a Balaiada
Maranhão é o estado onde ocorreu a revolta da balaiada, mas a região exata do local da balaiada é na cidade de Caxias.
História da cidade Caxias, no Maranhão
O que foi a Balaiada
Esse levante recebeu o nome geral de Balaiada porque um dos seus líderes, Manuel Francisco dos Anjos, negro livre, fabricante e vendedor de balaios, era conhecido pelo apelido de Balaio.
Balaiada: Motivos
Causas da Balaiada em termos econômicos
Houve uma crise da economia algodoeira do Brasil devido à forte influência da concorrência norte-americana e, como o algodão era o principal produto de exportação da província do Maranhão, isso foi muito impactante para a região. Assim, muitos trabalhadores ficaram desempregados.
Vídeo aula sobre a Balaiada
Balaiada: grupos sociais
Muito se pergunta sobre quais os grupos sociais envolvidos na balaiada e o contexto histórico em que se encontravam. Mas é sabido que a população do Maranhão era de aproximadamente 200 mil habitantes, dos quais 90 mil eram escravos, outros tantos, negros livres e homens simples, trabalhadores do campo.
O grupo Bem-Te-Vi, que a princípio era apenas um jornal e depois um partido político, representava a população urbada e difundia ideais republicanos. Ademais, eles se opunham aos abusos dos grandes proprietários de terra e comerciantes portugueses.
No Maranhão, como os negros e mestiços constituíam a maior parte da população, a Guerra da Balaiada logo escapou ao controle das camadas dominantes, tranformando-se num levante dos setores mais humildes da província.
A Guerra da Balaiada no Período Regencial
Balaiada: motivos políticos
Do ponto de vista dos Bem-Te-Vis, grupo social da Balaiada representado pela população urbana, o movimento deveria parar quando o poder regional fosse respeitado pelo governo regencial, sem maiores aprofundamentos em transformações sociais. Contudo, o desejo dos rebeldes das camadas mais baixas da população era o de um governo para o povo, que libertasse negros escravizados e atendesse às demandas sociais.
A Guerra da Balaiada aconteceu, principalmente, por meio de lideranças de homens pobres, mestiços e também escravos, por causa da opressão executada pelos prefeitos, cargo que passou a existir por meio de um decreto da administração conservadora do presidente da província, Camargo.
Somou-se ao descontentamento pela falta de liberdade política, as leis de recrutamento obrigatório com baixos soldos aos recrutados e um estupro ocorrido na casa de Manuel, apelidado de Balaio, por um dos soldados da tropa portuguesa que, amparado pela lei de poder dormir na casa de cidadãos, abusou do direito, o que era uma constante na vida dos mais humildes. Segundo a tradição oral, este foi o estopim para o início da guerra, pois “Balaio” era um negro livre muito respeitado entre os trabalhadores do local onde ocorreu a Balaiada, de início, na cidade de Caxias, no Maranhão.
A Guerra da Balaiada
A Revolta da Balaiada, também chamada de A Guerra da Balaiada, estendeu-se de 1835 a 1840 e há diversos eventos que compoem o movimento. Contudo, alguns fatos da Balaiada merecem mais destaque.
Em dezembro de 1838, o vaqueiro Raimundo Gomes, um mestiço, conhecido como cara preta, invadiu a cadeia libertando não só seu irmão (preso por suspeita de asassinato) como os outros presos. A guarda não reagiu, ao contrário, aderiu, pois estavam descontentes com a obrigação de servir por meio do recrutamento obrigatório.
A luta generalizou-se por toda a província, por onde passava Raimundo conseguia mais pessoas que o seguissem, inclusive escravos negros que formavam os quilombos.
Em 1839, os rebeldes tomam a cidade de Caxias, uma das mais importantes do Maranhão e organizam um governo provisório. Eles se organizam em um conselho militar e formam uma junta provisória, com a participação dos chamados Bem-Te-Vis da cidade. Mas o grupo era desorganizado e não conseguia montar uma junta política resistente e que, ao mesmo tempo, conseguisse gerir as cidades tomadas. Ademais, Balaio morreu em briga contra a tropa de Ricardo Leão Sabino por causa de uma gangrena devido a um tiro sofrido, no meio da confusão, por uma arma de seu próprio grupo.
Houve, também, muitas divergências entre os principais líderes da Balaiada e corrupção entre os políticos do partido Bem-Te-Vis, que foram acusados de tirar vantagem econômica e política do movimento. Estes se afastaram com medo da radicalização das camadas mais pobres da população, que assumiram de vez a liderança da revolta.
Animação sobre a Balaiada
Balaiada: líderes
Há diversos líderes da Balaiada. Mas Manuel Francisco dos Anjos Pereira, apelidado de Balaio e que inspirou o nome do movimento, e Raimundo Gomes são os principais lideres da balaiada. O primeiro, um artesão que teve a filha estuprada por um soldado, o segundo, um vaqueiro e revoltou-se por ter sido recrutado, de modo obrigatório, ao exército, do qual não desejava lutar por um governo que inspirava-o, apenas, descontentamento e sentimentos de injustiça.
Mas há diversos outros nomes que aparecem em qualquer pesquisa sobre a balaiada, veja a lista de quem participou da revolta da balaiada:
- Manuel Francisco dos Anjos Pereira, o Balaio
- Raimundo Gomes
- Cara Preta, irmão de Raimundo Gomes
- Lívio Pedro Moura
- Mulungueta
- João Paulo Dias
Balaiada: objetivos
Dentre os diversos historiadores brasileiros, há alguns pontos a serem destacados sobre quais eram os objetivos do movimento balaiada. Veja a lista dos objetivos da balaiada:
- mais acesso à terra
- fim da opressão por parte dos grandes proprietários de terra e comerciantes portugueses
- maior autonomia política
- fim do direito dos soldados de dormirem na casa dos camponeses
- fim do recrutamento obrigatório
Como terminou a Balaiada
O desfecho da balaiada, como em várias outras revoltas do período regencial brasileiro, é, também, trágico.
Uma delegação foi enviada à capital, São Luís, para entregar ao presidente da província as propostas para a pacificação. Não aceitando as exigências dos Balaios, o governo provincial solicitou ajuda ao Rio de Janeiro.
Em 1840, o coronel Luís Alves de Lima e Silva, futuro Barão de Caxias, é nomeado para a presidência da província à frente de 8 mil homens e, aproveitando-se das rivalidades entre os líderes Balaios, em pouco tempo, sufocou o movimento.
No ano seguinte, em 1841, concedeu anistia aos revoltosos sobreviventes. O Barão de Caxias dizia: “Não existe, hoje, um so grupo de rebeldes armados, todos os líderes da Balaiada foram mortos, presos ou enviados para fora da província”.
A repressão à Revolta da Balaiada marcou o início da chamada “política da pacificação”, na qual Caxias colocou um fim às agitações que ocorreram durante o império. Por isso, Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, foi condecorado patrono do exército brasileiro, título que até hoje, vergonhosamente, permanece.