O histórico desafio de se valorizar o professor – Redação ENEM PPL 2015

O histórico desafio de se valorizar o professor

Tema: O histórico desafio de se valorizar o professor

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O histórico desafio de se valorizar o professor”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1:

A escolha profissional passava necessariamente pela ideia de frequentar um curso de qualidade, que dava uma excelente cultura geral e preparo adequado para exercer uma profissão que era reputada como digna e prestigiada, fosse ela exercida por homens ou por mulheres. A figura da mulher que lecionava era bem aceita e apontadaàs moças como exemplo de honestidade e ideal a ser seguido. O mesmo acontecia com o professor. A família tinha a figura da professora e do professor em grande consideração e estes detinham um prestígio social que estava em claro desacordo com a remuneração salarial percebida. Eles desfrutavam um prestígio advindo do saber, e não do poder aquisitivo.

Fonte: ALMEIDA, J. S. Mulher e educação: a paixão pelo possível. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).

Texto 2:

O histórico desafio de se valorizar o professor

Disponível em: hppt://www.sinpro-rs.org.br. Acesso em: 26 jun. 2015 (adaptado).

Texto 3:

O estatuto social e econômico é a chave para o estudo dos professores e da sua profissão. Num olhar rápido, temos a impressão que a imagem social e a condição econômica dos professores se encontram num estado de grande degradação , sentimento que é confirmado por certos discursos das organizações sindicais e mesmo das autoridades estatais. Mas, cada vez que a análise é mais fina, os resultados são menos concludentes e a profissão docente continua a revelar facetas atrativas. É evidente que há uma perda de prestígio, associada à alteração do papel tradicional dos professores no meio local: os professores do ensino primário já não são, ao lado dos párocos, os únicos agentes culturais nas aldeias e vilas da província; os professores do ensino secundário já não pertencem à elite social das cidades.

Fonte: NÓVOA, A. O passado e o presente dos professores. In: NÓVOA, A. (Ed.). Profissão professor. Porto: Porto Editora, 1995 (adaptado).

Texto 4:

Disponível em: http://www.sinprodf.org.br . Acesso em: 26 jun 2015

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressar a seguir, a redação que:

– Tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
– Fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
– Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos;
– Apresentar parte do texto deliberadamente desconectada ao tema proposto.

Se Paulo Freire é citado como patrono da educação brasileira por muitos teóricos, quando se encara a realidade do dia a dia da sala de aula, constata-se que a complexidade dos problemas enfrentados por muitos professores são extremamente mais acentuados do que meras discussões acadêmicas sobre didática, pois a indisciplina por parte dos alunos é constante. Assim, cabe análise acerca das tratativas e possível solução da problemática.

Quando a edução não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar o opressor. Talvez essa frase, quando se pensa no Brasil como uma ditadura militar que perdurou 21 longos anos, explique porque um significativo número de alunos não valorizam seus mestres e encaram a bagunça na classe como algo bonito. Esse despautério, provável resquício de uma herança cultural equivocada, necessita ser sanado.

O educador é um importante aliado no desenvolvimento nacional, visto que esse é responsável por moldar mentalidades que representarão as diretrizes de um caminho que se espera próspero para o futuro. Dessa forma, é imprescindível que se haja uma valorização da figura líder de educandários no país. Todavia, essa precisa de ajuda quando os alunos, matéria-prima das escolas, apresentam-se “indomáveis”.

Diretores de instituições de ensino, públicas e privadas, por conseguinte, devem cobrar dos pais, por meio de reuniões mensais com esclarecimentos de absurdos acontecidos no período, uma conversa franca e amigável com os filhos sobre a importância de se respeitar o doutrinador. Espera-se, assim, que haja uma mudança de postura por parte dos pupilos e consequente valorização do pedagogo.

Fato Social, de acordo com a teoria de Emile Durkhein, representa uma força coercitiva do grupo sobre o indivíduo, que é persuadido a agir conforme o coletivo. Dessa forma, é difícil modificar um comportamento já estabelecido, como parece ser a desvalorização histórica do professor no Brasil. Assim, cabe análise acerca das tratativas e possível solução da problemática.

É significativo citar o livro “A banalidade do mal”, no qual Hanna Arendt discursa sobre como pequenos atos de crueldade diária, aceitos em uma sociedade, podem se transformar em grandes barbáries como foi o Nazismo. Ao analisar a tese dessa teórica, é pertinente refletir sobre o modo como os alunos têm tratado seus mestres em sala de aula, onde, lamentavelmente, sempre se presenciam atos de indisciplina e desrespeito.

Ademais, de acordo com Paulo Freire, grande pedagogo brasileiro, quando a educação não é libertadora o sonho do oprimido é se tornar o opressor. Portanto, é compreensível que uma geração após o término da ditadura militar se comporte contrária à hierarquia como sinal de luta. No entanto, os tempos mudaram e, por isso, essa atual e questionável atitude opositora à autoridade educandária urge ser revista.

Os diretores de institutos educacionais, públicos e privados, por conseguinte, deveriam se reunir com os pais dos discentes mensalmente para destacar os casos de desrespeito que vêm acontecendo na classe e assim compelir os pupilos, por meio de uma conversa franca, com transparência e serenidade, a uma mudança comportamental. Espera-se assim, que os tão batalhadores mestres tenham, finalmente, o reconhecimento que tanto merecem.

Solidariedade Orgânica, de acordo com Emile Durkhein, representa o complexo arranjo relacional da sociedade em que pessoas com diferentes credos e profissões se interagem para manter um cotidiano produtivo. Contudo, algumas classes são mais valorizadas do que outras, situação em que o professor se destaca negativamente. Essa triste realidade requer análise acerca das tratativas e possível solução da problemática.

É significativo evidenciar, de acordo com o IBGE, o quão novos muitos professores se aposentam, reduzindo a capacidade administrativa de se fornecer melhor remuneração à ordem do ponto de vista da responsabilidade fiscal. Todavia, também é igualmente verdade que casos de corrupção e incompetência governamental, ressaltados por escândalos diários no Portal de Notícias G1, incapacite melhor qualidade de vida a todos.

Ademais, segundo Paulo Freire, importante pedagogo brasileiro, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar o opressor. Talvez essa frase explique porque uma geração após a ditadura militar não reconhece devidamente a importância da figura do mestre, questionando-o sempre que surgem as greves. Essa revoltante falta de apoio é absurda e merece ser revista com uma mudança comportamental da sociedade.

Pais e alunos, por conseguinte, deveriam apoiar sempre as próximas demandas dos educadores em uma possível greve por meio de cobranças por escrito aos políticos nos quais votaram, com as necessidades específicas da categoria evidenciadas. Espera-se, assim, que se alcance justiça aos que sempre facilitaram a vida em comunidade, mediante o ensinamento de variados conhecimentos, mas que até então não comungavam de justo prestígio.