Epicuro dizia que “a vida deve ser uma incansável e eterna busca pelo prazer”. Em vista dessa frase, há quem pense que isso infere em beber até cair, ou regozijar-se em qualquer coisa que venha a mente sem se preocupar com as consequências, como no carpe diem. Contudo, é justamente o contrário, pois a filosofia de Epicuro prega que a busca pelo prazer deve ser feita de maneira sustentável, caso contrário ele será efêmero e não verdadeiro. Dessa maneira, pode-se usar, por exemplo, a ressaca pós bebedeira como alusão às consequências do consumo exagerado de álcool para representar uma situação que não era apoiada pelas ideias do filósofo Epicuro.
O Jardim de Epicuro
A obra de Epicuro é dividida em três bases: a epistemologia, a metafísica e a ética. Ademais, seus ensinamentos, assim como o estoicismo, buscavam a ataraxia, ou tranquilidade. Não obstante, se diferenciava dos estóicos quando defendia a busca pelo prazer (hedonismo; hedon = prazer). Outro fator que se destacava na filosofia epicurea é o atomismo epicurista, no qual, incluenciado por Demócrito e Leucipo, afirmava que tudo era constituído de átomos invisíveis, inclusive a alma, com a desagregação dos átomos que a constituía.
O que é ataraxia?
O significado de ataraxia é imperturbabilidade, ou seja, que não traz desconforto. Por isso, Epicuro reprovava a glória, riquesa ou a fama como formas de prazer, pois podiam causar problemas e eram efêmeros, de fácil perturbação.
O que é epistemologia?
Teoria e conhecimento são as bases da epistemologia. Quanto significado de epistomologia, essa palavra parece confundir-se com a própria filosofia, contudo ela pode ser entendida como a essência de uma escola filosófica, ou espinha dorsal das ideias sustentadas por um grupo de pensadores, que, no caso de Epicuro, sustentará a metafísica e a ética por ele pensadas. Essa palavra refere-se, praticamente, ao método e teoria implementados para se chegar a uma conclusão. No caso dos filósofos, a epistomologia é, geralmente, relacionada à reflexão geral em torno da natureza, às etapas e limites do pensamento humano e à relação que este estabelece com aquela.
Aula de filosofia para o ENEM: Epicuro
A epistemologia de Epicuro
A epistemologia da filosofia Epicurista é, basicamente, uma inversão da epistemologia de Platão, que acreditava que as sensações enganavam, não podendo ser uma fonte verdadeira de conhecimento; ideia retratada na alegoria do mito da caverna, no qual a trilogia de Matrix se baseou.
Para sustentar a razão no universo das sensações como real fonte de conhecimento, ao contrário do pensamento de Platão, Epicuro dizia que o objeto não pode enganar, pois ele é apenas um fato e não emite opinião; que o erro advindo da contemplação das coisas poderia ser gerado no próprio pensamento, e não na matéria em si.
A metafísica de Epicuro
Em relação à metafísica de Epicuro, esta pregava, principalmente, o não temor em relação aos deuses e a morte. Mais adiante veremos detalhes da metafísica na obra de Epicuro, bem como as famosas frases de Epicuro, que bem definem toda a sua cadeia de pensamento, ou não, já que muitas de suas afirmações parecem se contradizer e expressar apenas opiniões de seu contexto de vida.
Paradoxo de Epicuro
Apesar de muitas afirmações filosóficas serem, consideravelmente, questionáveis, ralgumas reprovações que se apresentarão no decorrer do texto não pretende induzir ninguém a não estudá-los, somente a lê-los com discernimento. Observemos como a leitura de conceitos filosóficos podem nos ajudar a formular argumentos:
Apesar de, num primeiro momento, o vídeo parecer provar a existência de Deus, na verdade, foram usadas apenas técnicas de argumentação, que se esvaem na pergunta “o que é Deus?”. Se você é um religioso fervoroso e ficou empolgado com o vídeo, fique sabendo que Epicuro era devoto de Zeus, e não de Jesus. Esse simples questionamento já encaixaria Epicuro como um sofista aos olhos de Sócrates, pois esse discursa sem buscar a essência, mas não deixa de ser um bom debatedor.
O que é Deus pra você?
A ética de Epicuro
O prazer, para Epicuro, pode ser resumido em duas palavras: a tranquilidade e o isolamento. Além disso, como consequência ética do atomismo, Epicuro disse:
A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, ela não existe e, quando existe, nós é que já não existimos mais.
Relativo à tranquilidade, parece estar claro que esta estava ligada a esquivar-se de frustrações e assim fazia, propondo-se distante de relações pessoais. Porém, ao mesmo passo, ele ressaltava a importância da amizade como chave para a felicidade, conceito que parece contraria a questão de se isolar para não ser ferido emocionalmente.
Como homem rico que era, Epicuro comprou uma grande casa com um jardim maravilhoso longe da cidade para lecionar. Lá, morava com diversos amigos, com quem praticava sexo, o que era normal entre filósofos da época. Analisando sua filosofia, penso que estes amigos ou eram muito bons amigos, ou muito capazes de saciá-lo na cama, pois, ao que tudo indica, pelo menos eles, jamais o decepcionavam.
O que é prazer para Epicuro
Para Epicuro, o prazer (hedon) é o supremo bem a ser buscado, ou seja, a pessoa deve procurar, apenas, o prazer racional, o controle das emoções e o domínio sobre si mesmo. Quanto à busca pelo deleite, o filósofo reconhece 3 tipos de prazer: o prazer natural e necessário; o prazer natural e não necessário; e o prazer não natural e não necessário.
No tocante ao prazer natural e necessário, Epicuro não impunha nenhuma resitrção, como vemos na fase a seguir, todavia num conceito prazer no ato de comer encaixando-se com seu ponto de vista:
“O desejo da carne é não estar faminta, não estar sedenta, não ter frio. Qualquer um que não esteja enfrentando esses estados, e tenha boas razões que assim continuará, pode rivalizar felicidade mesmo com Zeus”.
Como exemplo de prazer natural e não necessário Epicuro já citou o sexo, ato que aconselhava evitar, pois a pessoa poderia se apegar a alguém e sofrer no futuro, o que sua filosofia procurava se esquivar. Em relação ao prazer não natural e não necessário, Epicuro era totalmente contra, chegando a afirmar que, até mesmo, a ciência e filosofia eram dispensáveis ao ser humano, pois se enquadravam como dispensáveis. A frase proferida por ele, a um discípulo, que melhor exemplifica seu repúdio quanto aos prazeres não naturais e desnecessários é:
“Ice as velas e navegue para longe de toda a cultura.”
Exemplos de prazer natural e necessário para a felicidade:
- casa, comida e roupa
- amigos
- liberdade
- reflexão filosófica
Exemplos de prazer natural, mas desnecessários para a felicidade:
- palacete
- terma privada
- peixe, carne e banquetes
- empregados
Exemplos do que não é nem natural, nem nem necessário, para a felicidade:
- fama
- poder político
- status
Podemos concluir, então, que a filosofia Epicurea pregava uma vida humilde e sem grandes extravagâncias. Porém, seus conceitos de prazer, ou do que é natural e necessário, parecem representar, muito mais, pontos de vista do que evidências empírivas baseada em dados coletado no rigor científico, bem como é costume da filosofia.
Uma vez eu estava escutando uma rádio pública, em que sempre haviam debates científicos acalorados, no Vale do Silício. No programa do dia, discutiam um filósofo e um cientista. O primeiro, tentava convencer a platéia de que a filosofia era, sim uma ciência. O segundo, a validava como importante, mas dizia que não se encaixava no conceito de ciência. Para rebatê-lo, o filósofo disse que, como pensador, ele usava os fatos para explicar os dados, já o cientista usava os dados para explicar os fatos. Logo depois desse pronunciamento, já ao final do programa, o cientista disse “eu concordo, entretanto isso não é ciência”.
É importante lembrar que apenas homens de uma classe social privilegiada filosofavam na Grécia e que esses não trabalhavam, pois isto era considerado indigno. Por conseguinte, é possível comparar alguns filósofos gregos com jovens militantes que estão sempre a imaginar a vida, posando-se de salvador dos pobres articulando diversas opiniões baseadas na própria realidade, sem, contudo, basear-se em dados e experimentos empíricos, como é feito no rigor da ciência, em que toda ação deve produzir resultados iguais num ambiente de variáveis constantes.
Epicuro: frases
Há algumas frases de Epicuro que definem sua filosofia. Vejamos se os famosos quatro conselhos de Epicuro não se encaixam na crítica, que servem para diversos outros filósofos, acima:
- São vãos os temores em relação aos deuses e ao além
- O pavor em relação à morte é absurdo, pois ela não é nada!
- O prazer, quando entendemos corretamente, está à disposição de todos
- O mal dura pouco ou é facilmente suportável
Talvez eu esteja de acordo com os dois primeiros, entretanto, deus não foi conceituado. Mas prestemos atenção nos dois últimos: com certeza o prazer, como ele o conceitua, não está à diposição de seus escravos, tão pouco o mal, para estes durou pouco ou foi facilmente suportável. É tão ridículo endeusar alguns filósofos gregos quanto políticos brasileiros. Faça uma boa prova, responda às perguntas corretamente, mas não se engane ;-)
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