Da Revolução Pernambucana à Confederação do Equador
No menu de navegação rápida abaixo é possível acessar diretamente o conteúdos específicos sobre a Revolução Pernambucana, também chamada de A Revolução dos Padres, que culminou na Confederação do Equador:
Frei Caneca: Líder da Confederação do Equador
Quem foi Frei Caneca
Cipriano Barata: outro líder da Confederação do Equador
Quem foi Cipriano Barata
O que foi a Confederação do Equador
A Confederacão do Equador foi um dos primeiros movimentos separatistas que ocorreram no Brasil logo após a independência. As províncias que formavam o movimento eram:
- Pernambuco
- Ceará
- Rio Grande do Norte
- Paraíba
Elas queriam se separar do Império e formar uma república.
Causas da Confederação do Equador
Há diversas razões históricas para que a Confederação do Equador tenha ocorrido no nordeste. Mas as principais razões contextuais para que ela tenha ocorrido naquele ano são, é claro, os motivos que se apresentavam no momento, que representavam um desejo de ruptura com Portugal após a independência do Brasil. Contudo, não era isso que se via no dia a dia, pois Dom Pedro I continuou cercado por representantes dos interesses da familia real e centralizou o poder na nova constituição, contrariando a vontade da maioria. Dessa maneira, o comportamento de Dom Pedro I, ao continuar muito atrlado aos interesses da coroa portuguesa, foi uma das principais causas da Confederação do Equador. Como reprodução legal dessa atitude, encontram-se a a Constituição de 1824 e o Poder Moderador, explicados em maiores detalhes a seguir.
Constituição de 1824
Após a independência do Brasil, Dom Pedro I reuniou à Assembléia Constituinte visando uma nova constituição para o país. Contudo, era desejo dele que esta nova constituição lhe permitisse poderes absolutos, o que não era o desejo de nenhum dos partidos que a compunham. Mesmo José Bonifácio, um de seus principais aliados foi contra uma das demandas no Imperador, o poder moderador, ou quarto poder, que lhe atribuíam, praticamente, autoridade absoluta frente aos diversos grupos políticos e interesses coletivos.
Então, devido à ferrenha oposição na Assembléia Constituinte, Dom Pedro primeiro decide dissolvê-la com a prisão, inclusive de 6 membros dessa, dentre eles, José Bonifácio, grande aliado na luta contra as Cortes Constituintes que tramavam contra a família real e que ajudou Dom Pedro 1º a arquitetar a independência do Brasil com o poder permanecendo em suas mãos. Sendo assim, esta traição também se configurou entre as principais causas da Confederação do Equador.
Poder Moderador
O poder moderador dava poderes, praticamente, absolutos a Dom Pedro. Isso não vinha de encontro às vontades populares que, após a independência do Brasil, almejavam por maior liberade política e econômica, inclinando-se, assim aos ideais republicanos. Todavia, Dom Pedro I, acostumado a ter suas luxúrias atendidas, não quis escutar a voz da maioria, dando continuidade à monarquia, representada pela cláusula do poder moderador na constituição de 1824, que se sobrpunha aos poderes executivo, legislativo e judiciário, vislumbrado por Montesquieu como a repartição dos três poderes no intuito de limitar a tirania.
E foi exatamente devido ao exercício do poder moderador que a província de Pernambuco se revoltou, pois esta teve um governador, o Manuel Carvalho Paes de Andrade, trocado por Dom Pedro, que decidiu colocar um outro de sua confiança no cargo, o Fancisco Paes Barreto. Isso foi o suficiente para que a elite regional, junto a estados vizinhos iniciasse a revolta. Os líderes mais conhecidos do movimento são Frei Caneca, Padre Mororó e Cipriano Barata. Os dois primeiros foram executados e o último, preso.
Objetivos da Confederação do Equador
Dentre os objetivos da Confederação do Equador, encontram-se os destacados:
- elaboração de uma constituição de caráter liberal
- diminuição da influência do governo federal nos assuntos políticos regionais
- acabar com o tráfico de escravos para o Brasil
- organizar forças populares contra a repressão do governo central Imperial
- formação de governo independente na região
Repressão e fim do movimento da Confederação do Equador
O trecho abaixo, narra como terminou a Confederação do Equador, na qual alguns líderes da Revolução Pernambucana foram mortos e outros presos, numa violenta representação do desfecho da Confederação do Equador.
Sob o comando do almirante britânico, Thomas Cochrane, as forças militares do império atuaram com força e rapidez para colocar fim ao movimento da Confederação do Equador. Um dos principais líderes da Revolução Pernambucana, que culminou nessa Revolta, Frei Caneca, foi condenado ao fuzilamento. Padre Mororó, outra importante liderança, foi executado a tiros. Outros foram condenados à prisão, como o jornalista Cipriano Barata. Muitos revoltosos fugiram para o sertão e tentaram manter o movimento vivo. Porém, o movimento perdeu forças e findou, no mesmo ano em que começou, em 6 de Março de 1817, sendo a data de 20 de maio de 1817 a que representa o desfecho da Confederação do Equador.