Tumor de células gigantes (TCG)
Características
Neoplasia agressiva do osso caracterizada por uma proliferação de células gigantes que compromete a medula óssea.
Tumor em tecido avermelhado e acastanhado que, durante a evolução da doença, rompe e se estende para partes moles após a ruptura da cortical.
Suas células possuem forma e função do osteoclasto.
Pode apresentar cistos ósseos neurismáticos em seu interior (pode ocorrer em até 30% dos pacientes portadores de TCG).
No rario-x aparece como uma lesão lítica, epifisária, em inglês definida como parecida com “bolhas de sabão“; grealmente é uma lesão excêntrica.
Há o afilamento da cortical com posterior ruptura desta quando não tratado precocemente, propiciando crescimento das partes moles e o enquadramento do grau em Campanacci III (o mais alto grau).
Metástase pulmonar ocorre em 3% dos casos.
Células gigantes multinucleadas com 20, 40 ou até 60 núcleos, informação que já caiu em prova de múltipla escolha com a resposta de 40 núcleos.
Etiopatogenia
Relacionada a osteoclastogênese.
Epidemiologia
Faixa etária ao redor dos 30 anos.
Localização
Mais frequente é em pífises de ossos longos, especialmente ao redor do joelho:
- 24% fêmur distal
- 24% tíbia proximal
- o rádio distal é a terceira localização mais frequente: tende a ter comportamento mais agressivo, principalmente no que tange à metástase pulmonar; também há maior chance de recidiva quando comparado ao TCG na tíbia proximal e fêmur distal
- Coluna:
- sacro: mais frequente
- corpo vertebral
Análise por imagem
A lesão é puramente lítica, geralmente não há formação óssea e a localização é epifisária. Com o crescimento do tumor, a lesão vai deixando de ser excêntrica e vai comprometendo toda a largura óssea.
Apresenta altos níveis de fluído na ressonância magnética (MRI).
Obs.: tumores epifisários no adulto são os tumores de células gigantes e o condrossarcoma de células claras; tumores epifisários na criança é são os condroblastomas.
Lesão lítica excêntrica (lateral e medial), bem delimitada, na parte distal do fêmur e proximal da tíbia, com possível rompimento cortical.
Não há produção óssea e a lesão é completamente lítica.
Lesão na parte lateral distal do fêmur (excêntrica), bem delimitada, com rompimento da cortical e distanciamento patelar, possivelmente indicando aumento das partes moles. Não há produção óssea e a lesão é completamente lítica.
Apesar de o tumor de células gigantes ser mais frequente no fêmur distal e tíbia proximal,
ele tb pode ocorrer nos membros superiores, como o desta imagem, na ulna distal.
Galeria de imagens de tumor de células de gigantes na fíbula. Tomar cuidado para não confundir com osteossarcoma ou condroblastoma.
Classificação
Intraósseo com esclerose ao redor, chamado de latente.
Tratamento: curetagem + cimentação (o mais empregado para evitar recidiva – afeito adjuvante); curetagem + enxertia.
Há o afilamento da cortical óssea, sem esclerose ao redor; chamado de ativo.
Tratamento: curetagem + cimentação.
Apesar de, na imagem, a cabeça do úmero estar completamente acometida, basta a ruptura da cortical óssea para o TCG ser considerado Campanacci III;
chamado de agressivo.
Tratamento: ressecção ampla (retirar, ao menos, 2 cm de osso normal); amputação; curetagem + cimentação (quando a ruptura da cortical é muito pequena). Em questão de prova é, usualmente, ressecção ampla.
Obs.: o Denosumab tem sido utilizado para o TCG grau 3 também quando não há mais o que fazer, especialmente quando instalado na coluna, apresentando bons resultados. Por isso, muitos o tem testado, também, antes de qualquer outro tratamento.
Diagnóstico diferencial
Cisto ósseo aneurismático:
- paciente mais jovem
- metafisário
- nível líquido mais evidente
- triângulo de Codman sólido
Tumor marrom do hiper-para-tireoidismo
- lesões múltiplas
- osteopenia
- reabsorção subperiosteal das falanges
- PTH
Fontes:
https://bahtiyardemiralp.com/wp-content/uploads/2020/07/Treatment-of-proximal-fibular-tumors-with-en-bloc-resection.pdf
https://www.researchgate.net/figure/Anteroposterior-X-ray-of-the-GCT-Note-that-cortical-destruction-marked-expansion-of_fig1_8145684