Ovogênese/Oogênese e Foliculogênese
Fases da ovogênese
- Ovogônias
- Ovócito I (os ovócitos I iniciam a meiose I antes do nascimento e a interrompem na prófase, na fase diplóteno, a divisão só é retomada na puberdade, estimulado pelo hormônio LH (Luteinizante); a cada ciclo sexual, um (ou vários) ovócito I retoma a divisão meiótica e origina ao ovócito II e o corpúsculo polar I). Após o nascimento, não se formam mais ovócitos primários
- Ovócito II e corpúsculo polar I (os ovócitos II iniciam a meiose II e a interrompe na metáfase II; a meiose II só se completa se ocorrer fecundação, formando o óvulo e o corpúsculo polar II)
- Zigoto ou corpúsculo polar II, caso haja fecundação
O vídeo a seguir, apesar de apresentar uma imagem anatômica de uma vaga, no início, ilustra muito bem o processo de ovogênese humana, que, em apresentando mais resumidamente, é o mesmo em todos os mamíferos, variando, apenas na quantidade de ovócitos disponíveis e tempo de ovocitação. Perceba que é errado falar em ovulação mensal, pois o gameta só se transforma em óvulo quando fecundado, sem ser fecundado, acontece, apenas, a ovocitação, a partir do 14º dia.
Curiosidades sobre a ovogênese
- Na recém-nascida, há cerca de 500 mil a 2 milhões de ovócitos primários
- Na mulher, apenas 40 mil ovócitos estão presentes no ovário
- Destes, somente 400 a 500 ovócitos são liberados
- 99% do folículos sofrem atresia
- A mulher, já nasce com todos os gametas que vai produzir durante sua vida reprodutiva
Foliculogênese
Uma das melhores maneiras de se estudar algumas estruturas e funções do corpor humano, não possíveis de serem vistas a olho nú, é por meio de imagens histológicas. Por isso, não deixe de assistir ao vídeo a seguir. No ovário, há duas grandes regiões, a medular e a cortical, onde ficam os folículos, estruturas onde os ovócitos se desenvolvem. O corpo lúteo também se fixa na região cortical.
O vídeo a seguir está trancado para ser apresentado em outro site, mas é muito aconselhável que o visualize clicando no link, pois ele ressalta, inclusive, a questão de diferenciação de classificação entre os autores, na qual alguns levam em conta folículos terciários ou não:
https://www.youtube.com/watch?v=13jG4bL47p4
O vídeo a seguir, não fez menção ao folículo terciário, como alguns autores fazem classificam a foliculogênese, tratando o secundário como antral, ao invés de pré-antral, extendendo seu processo, mas também é um vídeo muito bom:
A foliculogênese, evento iniciado na vida pré-natal na maioria das espécies, pode ser definida como o processo de formação, crescimento e maturação folicular, começando com a formação do folículo primordial e culminando com o estádio de folículo de De Graaf ou pré-ovulatório (Van den Hurk e Zhao, 2005). A foliculogênese ocorre simultaneamente à oogênese, quando o oócito está entre as fases de prófase I e metáfase II, na maioria das espécies. Em outras palavras, a foliculogênese inicia-se após e termina antes da oogênese e pode ser dividida em duas fases: 1) fase pré-antral, que é subdividida em ativação dos folículos primordiais e crescimento dos folículos primários e secundários; 2) fase antral, subdividida em crescimento inicial e terminal dos folículos terciários.
Embora de 15 a 20 folículos primordiais iniciem o desenvolvimento, apenas 1 (ou alguns, dependendo da espécie) torna-se um folículo maduro, os demais sobre atresia, o que pode acontecer em qualquer fase do desenvolvimento folicular.
Classificação e caracterização estrutural dos folículos ovarianos
A população folicular ovariana é bastante heterogênea (Saumande, 1991). De acordo com os aspectos morfológicos, os folículos podem ser divididos em: 1) folículos pré-antrais ou não cavitários, que abrangem os folículos primordiais, primários e secundários e 2) folículos antrais ou cavitários, compreendendo os folículos terciários, de De Graaf ou pré-ovulatório (Hulshof et al., 1994).
Células da foliculogênese
zona pelúcida: protege o embrião na fase de clivagem até o blastocisto
Desenvolvimento do folículo
- Ação do FSH (estimula a diferenciação de células)
- Folículo primordial: é uma fina camada de células achatadas provenientes do epitélio ovariano misturadas a uma fina camada de células cubóideas em processo de diferenciação celular. Obs.: a zona pelúcida é formada nesse estágio, já estando completa e aparente no folículo primário. 10 a 20 folículos primordiais começam a crescer, tanto o ovócito I, parado na prófase primária (aumentando de tamanho e em número de organelas), quanto o aumento da célula folicular, deixando de ser pavimentosa e ficando apenas cubóidea, com o folículo passando, então, a ser chamado de folículo em crescimento primário, ou seja, um folículo já ativo.
- Folículo primário: fase pré antral, em que as células do folículo deixam de ser achatadas e passam a ser células foliculares cubóideas, um folículo primário pode apresentar apenas uma camada celular (unilaminar) ou várias camadas de células (multilaminar – granulosa) cubóideas, a zona pelúcida já aparece (secretada tanto pelo ovócito I, quanto pela granulosa) nas lâminas histológicas, o ovócito I também tem seu tamanho aumentado, assim como as células foliculares. A granulosa também participa da síntese hormonal. A zona pelúcida possuem proteíndas reconhecedoras do espermatozóide (ZP1, ZP2 e ZP3). O folículo primário é chamado de folículo em crescimento primário, já ativo, tonando-se folículo de crescimento secundário (ou antral) quando aparecer um espaço preenchido por líquido folicular na região cortical, na camada granulosa. Essa fase se inicia somente após a puberdade.
- Folículo secundário: também dividido por alguns altores em folículo secundário em crescimento ou folículo antral, período em que se inicia a formação do antro folicular da fase antral, preenchido por líquido folicular produzido pela granulosa. O tecido conjuntivo externo ao folículo de Graaf, começa a se organizar e forma a Teca, uma espécie de capa de células epiteliais, predominando células na interna e fibras na externa. A Teca produz precursores de hormônios que são modificados pela granulosa, formando o estrogênio. As células da granulosa formam uma coroa ao redor do ovócito I, chamadas de coroa radiada (ou corona radiata).
- Folículo de Graaf: também chamado por alguns autores de pré-ovular, terciário ou, ainda, folículo maduro. Nessa fase, o antro já circunda quase que por completo o ovócito e ocorre a formação do cúmulo oóforo (cumulus ooforus), responsável por sustentá-lo junto à camada granulosa. O folículo dominante, que não sofreu atresia, é o único que amadureca, reduzindo a espessura da sua parede e aumentando o líquido folicular no antro, o que força seu estouro e libera o ovócito II, provocando a ovocitação no 14º dia do período menstrual. Ocorre a liberação do 1º corpúsculo polar.
- Corpo lúteo: as células da granulosa e teca, por estímulo do hormônio LH (luteinização) se transformam em corpo lúteo, iniciando a produção de uma grande quantidade de progesterona, por volta do 14º dia do ciclo menstrual. Como a progesterona tem uma característica um pouco mais lipídica, o corpo lúteo se apresenta um pouco mais pálido, também com células com muito retículo endoplasmático liso. O corpo lúteo induz a angiogênese ao seu redor, para que ele possa lançar a progesterona produzida.
- Corpo albicans (albicans remete à cor branca): cicatriz do corpo lúteo. Caso não haja gestação, ao final do ciclo menstrual, o corpo lúteo degenera e é substituído por uma cicatriz de tecido conjuntivo.
Obs.: há alguns autores que ainda diferenciam o folículo primário e secundário nas subfases crescimento e maduro, também consideram o folículo secundário como pré-antral, ou o de Graaf como terciário, antral, folículo vesicular ou pré-ovulatório, ou, ainda, consideram uma ante-fase ao Graaf, chamando-a de terciária, pré-antral ou antral, entre outras variações. O espaço entre os folículos é preenchido pelo estroma. Dos 20 folículos que iniciaram os crescimento, 19, usualmente, sofrem atresia folicular (morte ou hapoptose), apresentando núcleos pinócitos fibroblastos e um ovócito degenerado, ou seja, apenas um folículo, normalmente, chega a se tornar maduro (folículo de Graaf). As imagens abaixo visam ilustrar essa diferença de classificação existente entre as diversas literaturas, ressaltando, também, as células, períodos e hormônios envolvidos em cada uma das fases da foliculogênese.
De maneira ainda mais resumida, destacando as características de cada folículo, podemos enumerar:
- folículo primordial: apresenta fina camada de células achatadas provenientes do epitélio ovariano. Zona pelúcida inicia sua formação nesse estágio, estando completa e aparente no folículo primário. O ovócito I está parado na prófase primária.
- folículo primário: células do folículo aumentam e passam a ser cubóideas, inicialmente com uma camada celular (unilaminar) e depois várias camadas de células (multilaminar – granulosa), a zona pelúcida já aparece em lâminas histológicas, o ovócito I tem seu tamanho aumentado. A zona pelúcida possuem proteíndas reconhecedoras do espermatozóide (ZP1, ZP2 e ZP3). Essa fase se inicia somente após a puberdade.
- folículo secundário: inicia a formação do antro folicular da fase antral, preenchido por líquido folicular produzido pela granulosa, começa a se organizar e forma a Teca, uma espécie de capa de células epiteliais, predominando células na interna e fibras na externa. As células da granulosa formam uma coroa ao redor do ovócito I, chamadas de coroa radiada (ou corona radiata).
- folículo de graaf: o antro já circunda quase que por completo o ovócito e ocorre a formação do cúmulo oóforo (cumulus ooforus), espessura da parede reduzida com aumento o líquido folicular no antro, o que força seu estouro e libera o ovócito II, provocando a ovocitação no 14º dia do período menstrual. Ocorre a liberação do 1º corpúsculo polar.
Detalhamento da ação hormonal durante o processo de foliculogênese
- O hormônio FSH (foliculotrófico) aciona a maturação do folículo
- No processo de maturação, a teca interna (que é vascularizada), produz estrogênio
- Essa produção de estrogênio induz a Adeno-hipófise a produzir o hormônio LH (Luteinizante)
- O LH estimula o oócito primário a se diferenciar em oócito secundário e estimula o folículo secundário a se converter em folículo secundário maduro
- Mais a frente, o que sobra do folículo após a ovulação é chamada de corpo lúteo e será responsável por produzir Progesterona
Formação do corpo lúteo
Após a ovulação do ovócito secundário com a zona pelúcida e a corona radiata, o restante do folículo, ou seja, a granulosa juntamente com a teca interna, se transforma em células luteínicas, formando no conjunto, o Corpo Lúteo, que produz progesterona, que caso haja gravidez, passará a ser produzida pela placenta.
Ciclo menstrual
Fontes
http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/RB135%20pag36.pdf
https://www.famema.br/ensino/embriologia/ovogeneseroteiro.php (há algumas boas imgs histológicas, mas não abrangeu a questão do folículo terciário e as classificações da foliculogênese)
https://docero.com.br/doc/8c5eve
https://nanopdf.com/download/development-of-male-and-female-reproductive-system_pdf