Espermatogênese
Diferentemente da oogênese, a espermatogênese acontece durante toda a vida do indivíduo, contudo, quanto maior a idade, menor a “qualidade” dos espermatozóides. No homem, a espermatogese, diferentemente da ovogênese, que se inicia no período intrauterino.
Além de produzirem os gametas, as gônadas também produzem os hormônios sexuais.
Células primitivas da parede do saco vitelínico: “migram” (na verdade elas não migram, se diferenciam) para as gonodas, tanto masculina, quanto feminina, e formam, respectivamente, as espermatogônias e as oogônias/ovogônias
Anatomia do testículo
Células dos túbulos seminíferos
Espermatogênese na vida pré-natal do embrião
No testículo, antes do nascimento, são encontradas apenas células germinativas no início do processo espermatogênico: as espermatogônias, células somáticas de sustentação e as células de Sertoli.
As espermatogônicas permanecem quiescentes até a puberdade, quando por estímulos hormonais, elas começam a se dividir. Formam-se, também, todos os outros tipos celulares, até os espermatozóides.
Etapas da espermatogênese (espermatogônias se transformam em espermatozóides – ocorre dentro do túbulo seminífero)
Os espermatozóides são formados nos túbulos seminíferos e se alojam nos epidídimos, onde será amadurecido e ficará de 15 a 20 dias, já pronto para se movimento, o que só ocorre no ducto deferente, quando sua motilidade funcional é ativada por algumas enzimas.
- Espermatogônias (2n)
- (x) Espermatócitos primários (2n) que sofre meiose I, passando de 46 para 23 cromossomos, mas ainda duplicados
- (2x=y) Espermatócitos secundários (n) que sofre meiose II, passando de 23 cromossomos duplicados para 23 únicos. Espermatócitos secundários duram apenas alguns segundos, por isso é muito difícil ver cortes histológicos que os apresentem
- (2y) Espermátides (n)
- Espermiogênese (citodifferenciação que ocorre no epidídimo)
- Espermátide
- Fase de Golgi
- Fase Acrossômica
- Fase de Maturação inicial
- Fase de Maturação Intermediária
- Espermatozóides (n)
Detalhes da Espermiogênese
O processo de diferenciação da espermátide é chamada de espermiogênese.
- Espermiogênese formação do acrossomo: fusão das vesículas do complexo de Golgi
- Condesação e alongamento do núcleo
- Desenvolvimento do flagelo (cauda): centríolos migram para a região posterior ao núcleo, centríolo distal forma o flagelo
- Migração das mitocôndrias para a região posterior
- Perda da maior parte do citoplasma
- Troca de histonas por protaminas (compactação do DNA)
Duração da espermatogênese
- A duração da espermatogênese é determinada geneticamente, e varia de espécie para espécie (em humanos, um espermatozoide é formado em aproximadamente 2 meses).
- Nos machos, os gametas são produzidos continuamente, diferentemente do que ocorre na fêma, onde a produção é cíclica.
- Para manter o processo contínuo, a liberação de espermatozóides não acontece simultaneamente ao longo de toda a extenção so ubulo seminífero.
Manutenção das espermatogônias
Para permitir que o processo espermatogênico seja contínuo, as espermatogônicas sempre se renovam (mitose), antes de iniciarem um novo ciclo espermatogênico (meiose). Além disso, existem espermatogônias-tronco (A0), que funcionam como uma reserva de espermatogônias. Elas só entram em mitose em situações especiais.
Transporte dos espermatozóides
- Transporte passivo dos túbulos seminíferos para o epidídimo.
- No epidídimo ocorre a maturação dos espermatozoides, que confere motilidade ao espermatozoide. Ou seja, somente quando o espermatozóide chega à cauda do epidídimo, ele já está pronto para a motilidade que ocorrerá no ducto deferente.
- Por contrações peristálticas da parede do ducto deferente são rapidamente transportados até a uretra.
- Se unem às secreções das vesículas seminais, próstata e glândulas bulboretrais.
Principais hormônios envolvidos na espermatogênese
O hipotálamo libera GnRH para estimular a adenoipófise a produzir LH e FSH. O LH é o hormônio que vai estimular a célula de leyding a produzir testosterona. Essa testosterona vai agir na célula de sertoli, estimulando-a a trabalhar. Já o FSH vai agir diretamente nas células de sertoli, estimulando-as, para que possam nutrir as espermatogônias, logo dando energia para que ocorra a meiose.
Algumas funções das células de Sertoli
- Nutrição e sustentação das células germinativas
- Barreira hematotesticular (isola espermatócitos do plasma)
- Produção de fluido testicular (importante para o transporte dos espermatozoides)
- Produção do fator inibidor dos ductos de Muller (ductos embrionários que formam estruturas do trato reprodutor feminino durante o desenvolvimento embrionário)
- Produção de inibina (hormônio que participa da regulação hormonal da espermatogênese)
- Fagocitose dos restos citoplasmáticos produzidos durante a espermiogênese
Células de Leydig (produz testosterona)
- Sintetizam e secretam os hormônios sexuais masculinos (FSH + Testosterona são necessários para a espermatogênese)
- São o principal tipo celular encontrado no tecido de sustentação intersticial entre os túbulos seminíferos.
- O núcleo é redondo com cromatina dispersa e um ou dois nucléolos na periferia, em meio a um extenso citoplasma.
Anatomia do espermatozóide
Doenças relacionadas à gametogênese masculina
Alterações espermáticas
- Oligospermia: produção menor que 20 milhões/mL (no ejaculado de homens com produção normal há mais de 100 milhões/mL, de 100 milhões, cerca de 200 chegam até o local de fertilização – é preciso ficar 3 dias em abstinência para o exame).
- Azoospermia: ausência de espermatozóides no ejaculado (um homem com menos de 10 milhões já é considerado estéfil).
- Teratospermia: número de espermatozóides defeituosos superior a 40% (normal = 10% de defeituosos).